quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

E o que é a vida?

"Tomorrow, and tomorrow, and tomorrow
Creeps in this petty pace from day to day
To the last syllable of recorded time
And all our yesterdays have lighted fools
The way to dusty death.
Out, out, brief candle!
Life’s but a walking shadow, a poor player
That struts and frets his hour upon the stage,
And then is heard no more.
It is a tale
Told by an idiot, full of sound and fury,
Signifying nothing."

"Amanhã, e amanhã, e amanhã
Deslizam nesse pobre desenrolar de dia para dia
até a última sílaba do registro dos tempos
e todos os nossos ontens iluminaram para os tolos
o caminho até o pó da morte.
Apaga-te, apaga-te, breve vela!
A vida nada mais é que uma sombra que anda, um pobre ator
que se pavoneia e se agita durante sua hora no palco.
e depois nao é mais ouvido.
É uma história
contada por um idiota, cheia de som e fúria
Que nada significa."

Macbeth - Ato 5, cena 5.

Que este ano seja cheio de som e fúria!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Toda segunda tem Pondé!

Agora postarei aqui todas as segundas-feiras os artigos do filósofo Luiz Felipe Pondé que são publicados pela Folha de São Paulo.

Tudo bem que hoje é terça, mas tá valendo.




O ROMANTISMO IDIOTA DE "AVATAR"


O filme "Avatar, de James Cameron, é melhor do que "2012". "Avatar" também tem um ar apocalíptico, mas reúne elementos estéticos e de conteúdo mais elaborados do que "2012" e seu besteirol maia.Mesmo assim, "Avatar" acaba sufocado por outro tipo de besteirol que é seu romantismo para idiotas: a fé no povo da floresta que vive em harmonia com a natureza. nenhum povo vive em harmonia com a natureza. A diferença na relação com a natureza sempre se definiu pela maior ou menos capacidade técnica de cada cultura controlá-la. Os índios brasileiros que cá estavam quando chegaram os portugueses ("nossos libertadores") só viviam "em harmonia com a natureza" porque eram tão atrasados que nem conheciam a roda.Preste atenção: a relação com a natureza é de vida ou de morte, ou ela, ou nós. A expressão "lei da selva" não foi inventada pela Avenida Paulista e seus bancos, mas sim como descrição da natureza e seu horror. Isso não significa que exista uma coisa que seja "a doce Natureza". Serprentes e barbeiros, ( os besouros da doença de Chagas, não sei cabeleireiro unissex) e câncer são tão naturais quantos os passarinhos.O romantismo é uma escola literária de peso. Último grande grito contra a vida brutalizada pela fúria mercantil, ele reúne uma crítica contundente ao capitalismo tecnicista e sua crença brega na ciência - "a ciência é o grande fetiche da burguesia"dizia o filósofo Adorno. Em "Avatar", o romantismo degenera em conversas de retardado.


Revolucionários românticos sonhavam com uma vida que recuperasse “valores pré-modernos” identificados com uma vida em comunidade onde as pessoas não seriam monstros interesseiros. O problema desses revolucionários é que “comunidade pré-moderna” não é uma comunidade de hippies legais, mas um tipo de sociabilidade onde o padeiro da esquina sabe que sua mãe é amante do padre, que seu pai é um brocha, e que nem você nem ninguém têm para onde ir. A idealização do que seria uma comunidade é uma das marcas dos idiotas utópicos. Ninguém está disposto a abrir mão da liberdade individual moderna em nome de qualquer comunidade, por isso toda tentativa de “refundar” comunidades fracassa, apesar da admiração de muito pós-moderno bobo por culturas que não conheciam a roda. Não basta ter um filtro de barro em sua casa na Vila Madalena pra você conseguir viver em paz na comunidade da deusa natureza. O filme se passa num planeta (Pandora) tipo Amazônia, onde existe enorme riqueza mineral escondida sob o solo coberto por uma floresta tropical cheia de “monstrinhos e plantas que ascendem ao toque das mãos”, habitada por uma população linda de seres que muito se parecem com índios americanos. Pandora já remete à narrativa da “caixa de Pandora” e suas maldiçoes. O nome da raça que habita Pandora, os Na’vi, soa muito próximo da palavra hebraica para “profeta”, “navi” ou “nabi”. Os humanos gananciosos não são capazes de perceber como os Na’vi são seres em contato com a deusa cósmica. Os índios de Pandora são profetas da deusa.


O personagem humano principal é paraplégico, mas ao se tornar um Na’vi recupera as pernas: eis a metáfora da condição humana vista pelas lentes do romantismo degenerado. Somos aleijados em comparação aos belos índios místicos donos da verdade cósmica. E qual é essa verdade? Que a natureza é um grande cérebro pensante e que devemos nos dobrar a ela porque assim a vida será bela. Meu Deus, como ter paciência com esses aleijados mentais? Ninguém leu Darwin? Ninguém nunca observou a natureza de perto? Nunca sentiu o odor de sua violência?Numa cena, nosso herói escapa de uma fera. Esta mesma fera se oferecerá em seguida como montaria dócil para a heroína Na’vi a fim de combater os humanos gananciosos. Hipótese do filme: se um leão come a cabeça da mulher, isso é “bem cósmico”, mas diante da ganância humana, ele se oferecerá como montaria dócil e fará discernimento entre sua crueldade “do bem” e da “maldade humana”. Noutra cena, na qual a heroína Na’vi salva o mocinho, ela dirá: “Eu tive que matar essas belas criaturas porque você fez barulho”. Moral da historia: se você não respirar e não andar, a natureza o amará par sempre. Caso apareça um porco capitalista, os leões virarão gatinhos. Só um idiota pensaria isso.





É...a única coisa que salva nesse filme é o gráfico mesmo. E azul por azul eu fico com os Smurfs, rs.

sábado, 26 de dezembro de 2009

O novo elemento...



"Os animais eram imperfeitos,

compridos de rabo,

tristes de cabeça.

Pouco a pouco

foram secompondo,

fazendo-se paisagem,

adquirindo pintas, graça, vôo.

O gato, só o gato

apareceu completo

e orgulhoso:

nasceu completamente terminado,

anda sozinho

e sabe o que quer".

Pablo Neruda



"Somos os gatos por dentro. Os gatos que não podem andar sozinhos, e para nós há apenas um lugar".

William Burroughs

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mary and Max

Mary and Max
Adam Elliot
2009

A melhor animação do ano. Mary é uma (triste) garotinha australiana de 8 anos que escolhe um nome aleatoriamente na lista telefônica norte-americana para escrever uma carta. Max é um velhote frequentador do "Gordinhos Anônimos" de Nova Iorque que recebe a cartinha inesperada de Mary perguntando como nascem os bebês na América ( já que na Austrália eles brotam do fundo dos copos de cerveja). Assim nasce uma amizade quase esquizofrênica entre Mary e Max - que mais pra frente se descobrirá detentor de uma doença mental que mudará os rumos da história. Uma delícia de filme, que foge do politicamente correto sem deixar de lado a sensibilidade e o humor.


Ps.: Atenção para a trilha sonora que conta até com Pink Martini!!!!
Pss.: Clique no título e vá para a página oficial interativa

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Desejo, Perigo


Desejo, Perigo
Se, jie
Ang Lee
2007
Gosto dos filmes de Ang Lee - pelo menos tenho gostado até agora. E este é um de seus melhores.
O filme se dá na China dos anos 40 ocupada pelos japoneses. Um grupo de jovens atores montam a resistência contra a ocupação japonesa e para isso se utilizam da sua melhor arma: a sedução do inimigo.
Poderia dizer que o pano de fundo da história de amor é a própria história da China, mas na verdade tudo se mistura, não sabendo mais se é por conta da vingança que se dá o desejo ou se o contrário.
Essa história promete desde o início um desfecho trágico mas enquanto isso não acontece, tem-se uma trama permeada de violentos conflitos e um erotismo à flor da pele.
Destaque para a cena onde os dois personagens principais - a atriz e o colaborador chinês - se encontram num prostíbulo voltado à clientela japonesa. A atriz se põe a cantar em chinês, para abafar o canto "desafinado" japonês das outras salas. Lindo.
Minha meta agora é aprender o Majongue, uma espécie de dominó que as mulheres do filme passam a maior parte do tempo jogando.

O caos reina


O Anticristo
Antichrist
Lars Von Trier
2009


Sem dúvida o filme mais polêmico de Lars Von Trier (Os idiotas, Dançando no Escuro, Dogville).

Não sabia o que esperar quando me dispús a assistí-lo, apesar de ter lido várias críticas e entrevistas. Extremamente chocante. Confesso que em algumas cenas cheguei a esconder o rosto entre as mãos - de medo.

A direção artística é absurda de linda. A cena inicial se compara a um filme "B" frânces. Em seguida chegam-se os diálogos longos - o filme é feito de apenas 2 personagens, ele e ela - para então passar ao clímax do terror. Sim, terror. O Horror.

"O caos reina" : esta frase que aparece ao longo do filme o define por completo.


O filme segundo o diretor:

"(...) tentei fazer um filme – nunca falei sobre isso antes e é difícil colocar em palavras – no qual eu tivesse que jogar a razão para longe por um momento."


E segundo Luiz Felipe Pondé:

"O Anticristo é um filme sobre o mal. Com o mal não se brinca, respeita-se.

Von Trier capta é a atmosfera que nosso casal mítico Adão e Eva experimentou após a queda. Não um jardim do Éden onde a natureza é essa criação romântica sem dor, mas uma escura câmara de terror, cheia de gemidos e solidão"


Quem tiver coragem, que assista.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Bortolotto


Acabei de ler no jornal de hoje sobre o acidente com Mário Bortolotto. Ele foi baleado durante um assalto no Espaço Parlapatões na Praça Roosevelt, em Sampa, junto com um amigo. Está internado em estado grave. Terrível.

Mário é um grande dramaturgo de Londrina mas vive em Sampa há um tempão. Em Londrina tive o prazer de ver diversas peças do cara, tanto com o grupo dele - Cemitério de Automóveis - quanto releituras de outros grupos. Mas a melhor de todas foi assistir ao monólogo "Kerouac", onde o próprio Mário encarnava o escritor beatnik. Fantástico.

Mas tá aí uma coisa realmente difícil de entender: assaltar teatro? O que os caras queriam? Roubar atores de teatro? E não estou aqui falando de peças globais onde correm rios de grana com personalidades carimbadas. Trata-se do Espaço Sátyros e Paralapatões, alguns dos melhores espaços criados para o teatro independente do Brasil! Inacreditável.

Se Mário Bortolotto se for, a Praça Roosevelt estará de luto e Londrina também.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Isso que é marketing pessoal...

Locutor de anúncios fúnebres em Nova Europa, a 317 km de São Paulo, um homem de 91 anos deixou gravado o anúncio da própria morte e o convite para o velório.No alto falante, em plena praça central da cidade, Nelson Fortunato repetiu o que fez a vida inteira.
Ele leu em voz alta: "Nota de falecimento. Estou anunciando o meu falecimento. Falecimento: Nelson Fortunato, vosso comunicador falante. Como foi gravado antes da minha morte, não tem a hora do enterro, mas é importante que todos saibam que eu morri."
A confirmação da morte ocorreu logo após a gravação do anúncio. O locutor oficial de anúncios fúnebres foi irreverente: deixou o próprio obituário prontinho. Funcionário público, vereador, era ele quem projetava os filmes nos três cinemas que a cidade teve. O velório ficou cheio.


Página do Jornal Hoje, no G1.

Demais. Inacreditável. Sensacional!

sábado, 7 de novembro de 2009

Minha vida de bas fond

Engraçada a forma como nos portamos diante dos ídolos. E quando digo ídolos falo das pessoas de carne e osso e não daqueles em pedra ou madeira - apesar de algumas vezes o comportamento ser o mesmo diante de ambos.
Mas é algo quase fora da realidade mesmo quando você se depara cara a cara com aquela pessoa que toca ou canta todos os dias no seu rádio, ops, mp3. Normalmente agimos (eu particularmente) como idiotas e passamos carão.
Só pra ilustrar, certa vez fui ao camarim de Arnaldo Antunes e não consegui dizer nada além de
- que bela pulseira está usando!
Bom, foi menos pior do que meu colega, que o indagou:
- quando vai voltar a tocar com o Titãs?
Outra bem engraçada foi com Antônio Abujamra. Uma das "histórias" que ele conta durante o show é de como as pessoas não tem noção na hora de pedir autógrafo e sempre chegam com pedacinhos de papel onde mal dá pra escrever o nome. Fim do show cheguei ao camarim e como não tinha nada a dizer - o que dizer a Abujamra? - pedi autógrafo num ... pedaço amassado e minúsculo do ingresso do show. Fiquem imaginando o que ele me disse!
O mais recente - desta semana - foi ao cumprimentar Walter Franco:
Estendo a mão a ele, que se levanta do assento do teatro para me cumprimentar:
- Grande Walter Franco, músico extraordinário da mpb...
(cara de indagação e quase fúria de Walter Franco)
- ...da parafernália música brasileira!
(cara de satisfação de Walter Franco)
Ufa!
Enfim, bas fond fazem parte dessa vida de tiete.

sábado, 17 de outubro de 2009

Para Ágatha


Acabo de perder minha gata, companheira de 17 anos.
A morte é algo estranho. Por mais que se diga, teorize e estude sobre o assunto, nunca será suficiente para reprimir o sentimento de perda. E por mais banal que seja a morte de um animal (bicho irracional composto por pêlos, garras e dentes) é exatamente aí que nos damos conta do quão ridiculamente frágeis nós somos.

Então me pego pensando no sofrimento gigante que é perder alguém (pessoa, normalmente racional, composta de pele, cérebro e coração, além de dentes e garras) mais querido que um gato. E me pego a pensar também que, assim como no gato, a eutanásia é possível em seres humanos em alguns lugares: findar o sofrimento dando cabo da vida. Coisa de gente moderna, europeia, como diria o filosófo.

Mas no fundo é tudo uma questão de egoísmo: o sofrimento que todos querem findar não é o da pessoa doente, velha, vegetal ou senil e sim daqueles que aqui ficam, tratando, cuidando, aqueles que já não suportam mais ter em suas vidas um fardo, um peso morto. Depois de desligados os tubos, tudo que vemos são cabeças balançando em consentimento afirmativo de que "foi melhor assim".

Que Deus nos perdoe.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Filmes, filmes...

Salve Geral
Brasil
Sérgio Resende
2009

O filme brasileiro que vai concorrer ao Oscar não é nem de longe um bom filme. A história - fato real - é impressionante mas o pior de tudo é lembrar que aquilo realmente aconteceu: os ataques simultâneos à delegacias de polícia e rebeliões em presídios, liderados pelo PCC, não só na cidade de São Paulo como no interior do Estado também. Mas a historieta de pano de fundo é lamentável: voltou-se a romantizar e esteriotipar a bandidagem. Serve como entretenimento. Pena que não convence totalmente.


9
Shane Acker
EUA

2009

A animação produzida por Tim Burton é perfeita. A história se passa num futuro destópico onde a máquina finalmente venceu o homem. 9 é um boneco feito de sobra de estopa, zíper e grandes obturadores de câmera como olhos, que recebe um toque de alma humana. 9 foi feito por um cientista que depois de 8 mal-sucedidas tentativas de ver o fim da guerra homem/máquina finalmente sucumbe ao criar o nono elemento. Daí o nome no Brasil de 9 - a salvação. A assinatura de Burton é perceptível no cenário soturno que o filme tem.



4 LUNI, 3 SAPTAMANI SI 2 ZILE

Christina Mungiu
Romênia
2007

Vencedor da Palma de Ouro em 2008, 4 meses, 3 semans e 2 dias retrata o obscuro mundo socialista na Romênia de 1987, onde uma jovem pede ajuda a sua colega de quarto na república feminina para fazer um aborto, obviamente ilegal. A personagem principal na verdade não é a grávida - Gabita - e sim sua colega, Otília. E através de seus olhos que enxergamos a Romênia despedaçada pelo socialismo agonizante no final dos anos 80. As ruas escuras e úmidas, a expressão sempre apreensiva das personagens, o clima de vazio e solidão imperam durante todo o longa metragem. Talvez o aborto seja apenas pano de fundo para retratar algo mais gritante: o que fazer com os problemas individuais num mundo onde só o coletivo impera?

O que todo mundo queria fazer mas só Tarantino conseguiu!


Metralhar Hitler. Foi isso que Tarantino fez. E tenho certeza que quase todos já pensaram em fazer. E o fez com o melhor estilo: metralhou Hitler por mãos judias! Melhor impossível...

Bastardos Inglórios é sem dúvida uma obra-prima. E Tarantino é sempre Tarantino: um banho de sangue, música da melhor que existe e diálogos inimagináveis. E o final muito mais glorioso que o esperado! Imperdível!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ou não

Eu tenho várias frustrações. Todo mundo tem.
Já fiz de tudo um pouco: caratê, natação, pintura em tecido, violão, saxofone, ovo de Páscoa, escoteiros, dança do ventre...enfim, tudo o que gostaria de fazer.

E na verdade em poucas delas eu realmente encontrei prazer e satisfação. Com exceção do balé. Eu queria me tornar a próxima grande bailarina do Bolshoi!
O grande problema era a falta de jeito pra coisa...
Certa vez me disseram que somos um pouquinho de tudo aquilo que gostamos ou sonhamos. Então posso me considerar um pouco bailarina.

OU NÃO..!

(Saca a coordenação da garota! )

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Cocanha nossa de cada dia

O imaginário popular não tem fim. Paraísos terrestres sempre foram ( e ainda são) formas de construir um mundo conforme nossos desejos.
Na Idade Média, por exemplo, tínhamos a Cocanha, terra onde o homem podia comer sem ter que trabalhar: do céu chovia queijo, as casas eram feitas de doce e o vinha nunca tinha fim. Normal, já na Idade Média a fome era um temor diário.
Depois veio o mito do Eldorado, onde toda a cidade é feita de ouro e as riquezas não tem fim. Sonho de todo colonizador.
Nesse vídeo temos mais um paraíso terrestre, onde as árvores dão cigarro, a cerveja não acaba nunca, os cahorros tem dentes de borracha e a polícia tem perna de pau!
A música já foi utilizada na trilha sonora do ótimo " E aí, meu irmão, cadê você?" .
Dá só uma olhada:

http://www.youtube.com/watch?v=JqowmHgxVJQ

Cada tem tem a Cocanha que deseja...

domingo, 13 de setembro de 2009

Últimos filmes

Brüno
Larry Charles
2009
Sacha Baron Cohen não se cansa de chocar de todas as formas possíveis e imagináveis neste filme. Brüno é o personagem austríaco gay que Cohen já interpretava há tempos em sua carreira, e que assim como Borat, ganhou versão para o cinema. Quem gostou de Borat (meu preferido, ainda) não vai se decepcionar com este. Como ele mesmo diz: Brüno, o austríaco mais famoso depois de Hitler!
E tirem as crianças da sala! Não é à toa que o filme teve classificação para maiores de 18 anos...


1984
Michael Redford
1984
Filme sobre a obra clássica de George Orwel sobre o mundo destópico onde reina o Big Brother, o olho que tudo vê. O mais impressionante é saber que o diretor realizou as filmagens exatamente no mês e ano em que o livro (de 1949) se passava. Sensacional.



Se beber, não case
The Hangover
2009
Todd Phillips
Uma das melhores comédias que vi sobre despedida de solteiro depois da minha preferida, Uma loucura de casamento (Very bad things). Beirando o non-sense o filme retrata o que deveria ser uma convencional despedida de solteiro em Las Vegas, que no fim passará longe do normal. Velhos clichês que cercam essas despedidas em Las Vegas foram completamente distorcidos, deixando o humor politicamente correto de lado e partindo para piadas mais ácidas. Demais.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Naked Lunch


Uma das poucas coisas que adoro nesse mundo pós-moderno cibernético é a fácil acessibilidade das coisas. Principlamente aos filmes. Hoje em dia não tenho mais necessidade alguma de esperar um bom filme chegar nas locadoras já que posso conseguí-lo através dos meios internéticos.

Outra forma é passear por uma dessas lojas de departamento. Essas onde você encontra de tudo um pouco: comida congelada, roupa de praia, casa de cachorro, samambaia, tampa de panela...e filmes! Eu sempre tenho a sorte de achar raridades. E hoje foi assim: Naked Lunch, de David Cronemberg à R$4.90.
O que mais posso querer da vida?

Agora sobre o filme: Naked Lunch, tradução pééééssima pro português (Mistérios e Paixões) é a história "infilmável" de William S. Burrough que só poderia se tornar possível pelas câmeras de David Cronenberg (eu também apostaria em David Lynch...). O filme baseado no livro é uma produção surrealista sobre um escritor frustrado que se torna exterminador de insetos para sobreviver. Isso até descobrir o quão alucinógino é o veneno que utiliza.

O filme é Cronenberg (A Mosca) do começo ao fim. Imagens impensáveis, cenas de embrulhar o estômago, mas ainda assim uma raridade sem comparações.

E tudo isso por apenas R$4, 90!

Melhor que isso, só R$ 1, 99!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Elvis Costello


Secret, Profane & Sugarcane.
Elvis Costello é um camaleão da música. Nem tanto quanto David Bowie, mas chega a beirar a indefinição para alguns. Eu gosto. Desde seus trabalhos com Chet Baker (meus preferidos) até agora, quando volta às origens do seu trabalho com country music. Tem até uma homenagem à Johnny Cash. O country vestiu tão bem nele que nem parece filho das terras da rainha Elisabeth...

Pondé da semana

O habitat natural da alma é viver entre Deus e o Diabo. Sem esse combate, a alma se dissolve em pequenas manias diárias e fica pequena.
(...)
A indiferença faria o mundo, talvez, um lugar melhor. Mas sei que isso é difícil de ser compreendido por quem se vê como um agente do bem, a partir de seu pequeno apartamento de classe média, ao som de seu programa alegre de domingo. Quem assim se vê normalmente não tem qualquer piedade
(...)
Há uma luta entre Deus e o Diabo e seu palco é o coração humano, nos diz Dimitri Karamazov, um dos heróis de Dostoiévski. O habitat natural da alma é viver entre Deus e o Diabo. Como Deus é piedoso, dele aprendo a humildade, como o Diabo é infeliz, dele aprendo a vaidade. Ambos são imprevisíveis, por isso merecem nossa fé.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Você vai para o inferno...de tanto rir!


Drag me to hell.
Arraste-me para o inferno
2009
Sam Raimi


Esta é a última obra prima (com hífen ou sem? affff...) de Sam Raimi, o mestre do terror-pastelão de A morte do demônio (1981) e Uma noite alucinante (1987).
Genial como sempre, o diretor consegue dar uns bons sustos sem perder a piada e sem cair no clichê.
Imperdível pra quem curte o estilo.

Só uma dica: esqueça das pipocas e guloseimas durante o filme. Vai por mim...

domingo, 16 de agosto de 2009

Pra quê diploma?

O historiador brasilianista norte-americano Stuart Schwartz esteve aqui na cidade lançando dois livros neste semana, um deles sobre a Inquisição e tolerância religiosa deste período. Fiquei sabendo um dia depois através de uma matéria no jornal desta cidade na qual uma jornalista o entrevistava. E só para ter noção do nível da entrevista, a moça solta uma pérola:

- O que levou o senhor a pesquisar um fato histórico tão antigo?

Caramba! O que será que leva HISTORIADORES a pesquisarem FATOS HISTÓRICOS, e ainda mais - segundo a moça - tão ANTIGOS?
Realmente cada dia mais sou a favor de que não seja necessário o diploma para os jornalistas. Mesmo porquê parece não resolver muita coisa em certos casos...

sábado, 8 de agosto de 2009

Cool couple cyber-party!

Zé (também conhecido como Joseph, Joselito e Youssef) e Lee (linda), o casal mais cool que já conheci, me proporcionaram ontem um fato unisitado: uma festinha virtual, com direito a discotecagem e tudo!
A-d-o-r-e-i!
Valeu, casal.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O equilibrista

O equilibrista
Man on Wire
Documentário
2008
James Marsh

"Se eu morrer? Que linda morte!"
Foi o que respondeu o equilibrista Philippe Petit ao ser questionado sobre seu maior sonho em cima do cabo de aço: a travessia das torres gêmeas do World Trade Center. E o fato realmente aconteceu - a travessia , e não a morte - em agosto de 1974, maravilhando a todos que tentavam entender o que estava acontecendo ao olhar para o céu naquela manhã.
Depois de assitir a este documentário uma frase (que agora não me lembro exatamente de onde ou de quem) que me acompanhou por um bom tempo em minha vida - e que andava escondida na memória - não me sai da cabeça: Viver é andar na corda bamba. O resto é espera.



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fallen Princesses

"Fallen Princesses" é o nome desta série de imagens da fotógrafa canadense Dina Goldstein.
Inspirada nos contos de fadas clássicos, Dina brinca com os personagens transportados para o cotidiano.
No happy end for you today!
Cinderela: "garçom, aqui nessa mesa de bar..."


Branca de neve: melhor seria ter continuado com os 7 anões...


Chapeuzinho Vermelho: que maçã que nada, junkie food forever!


Bela: j'adore Ivo Pitanguy!


Rapunzel: literalmente "jogou"as tranças...


A Bela Adormecida: e o príncipe no "Recanto dos Artistas".


Jasmine: Ahmadinejad que se cuide!


A Pequena Sereia: favor não bater no vidro.

terça-feira, 28 de julho de 2009

As ondas

A Onda
Die Welle
Dennis Gansel
2008
Alemanha

A Onda
The Wave
Alexander Grasshoff
1981
EUA

Dois filmes, a mesma história. "A onda" foi inicialmente um filme feito para a TV americana relatando um caso verídico acontecido em 1967, na Califórnia. Um professor de história resolve ensinar a sua classe como um estado totalitário é possível, mesmo cometendo as conhecidas atrocidades sob o olhar e aprovação de uma nação inteira (ou várias). Isso em 1981.
Agora em 2008 a Alemanha contou o caso da sua maneira.
Os dois filmes são ótimos. Com apenas uma única diferença: o final completamente diferente. Cada diretor resolveu dar o rumo que queria na história, claro, sem perder a moralzinha no final.
Assim como na História (com letra maiúscula - apesar de não se usar mais, afff), cada qual com seu jeito e trejeito para contar os fatos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Conversa na vídeo-lo(u)cadora

Eu:
- Por favor, onde ficam os filmes de Fellini?
A mocinha:
- ...?
Eu:
- Fellini!
A mocinha:
- Hã?
Eu:
- Os filmes de Fel...
A mocinha:
- Vamos procurar no cadastro. O nome do filme é fe o quê?
E finalmente, eu:
- Federico Fellini é o nome do diretor.


Aiaiai.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cuide-se

Uma boa oportunidade para ver algo inusitado num museu: a lavagem de roupa suja de um ex-casal de namorados.

Esse é o pano de fundo da exposição Cuide de você (prenez soin de vous, no original em francês) de Sophie Calle, no Sesc Pompéia, São Paulo.

A exposição é a junção de diferentes releituras do e-mail que Sophie recebeu do então namorado, o escritor Grégoire Bouillier. Dizia então o escritor que rompia o namoro já que o fardo de ser monogâmico era pesado demais para ele...
Sophie decidiu então afogar as mágoas exibindo publicamente a carta do ex com mais 107 interpretações da mesma, por diferentes mulheres.
Eu que não queria ser o ex nessas horas...mas, enfin, tá dada a dica da exposição.

Algumas celebridades que entraram no jogo:




Feist
Camille
E a pópria Sophie

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pondé da semana

"O romântico é uma espécie de contradição insolúvel no progresso definitivo da vida calculada. São caçados como uma praga. E com razão: são inimigos de uma vida perfeita. Diante deles, babamos como predadores famintos.
O desafio para um romântico é aprender a lidar com suas sensações num mundo em que elas não significam nada. Mas a chave é perceber que nos momentos em que elas se tornam incontroláveis, ele deve correr para a escuridão, porque românticos são animais da lua e não do sol, se alimentam da sombra.
Quando Fernando Pessoa diz que “se o coração pensasse, pararia de bater”, é do coração romântico que ele fala. Ao encontrá-lo, devemos ter por ele o respeito que merecem as espécies em extinção".

domingo, 19 de julho de 2009

sábado, 18 de julho de 2009

Valsa com Bashir


Valsa com Bashir
Vals Im Bashir
Ari Folman
2008

Uma belíssima animação, vencedora do Globo de Ouro deste ano.
Um cineasta israelense busca saber de ex-companheiros que lutaram ao seu lado na Guerra do Líbano (1982) o que realmente aconteceu no campo de refugiados palestinos em Sabra e Chatila.
Um massacre. Todos sabemos. Bashir era o líder libanês apoiado pelos cristãos falangistas que foi assassinado pouco antes de assumir o governo.
O filme é mais documentário do que ficção em si. Um auto-documentário, eu diria. Ari Folman é o próprio personagem em busca de sua memória apagada pela guerra ou por seu próprio inconsciente. Alguns críticos acreditam ser a própria expiaçao do diretor, tentando se eximir da culpa de ter participado do massacre - mesmo que não tenha apertado o gatilho, ele estava lá. Outros acreditam ser uma obra-prima.
Eu deixo aberta a questão.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

I can't wait...

O chapeleiro maluco
Alice

A Rainha de copas


A Rainha Branca

"Alice no país da maravilhas", de Tim Burton.
Estréia marcada para março do ano que vem.
Divine!