sábado, 2 de setembro de 2006

Londrina

Vista quase aérea da Catedral de Londrina



Bauru definitivamente é um buraco. Nada funciona direito, os bares se fossem mais decadentes seriam melhores, pois o único bar que realmente vale a pena aqui é o Armazén, que respira rock e blues e por isso dura há 20 anos.
Ontem teve início a Mostra Regional de Dança e claro, fui conferir. Uma lástima, não pelos grupos que se apresentaram, mas porquê Bauru não comporta público pra isso. Na meia dúzia de gatos pingados a maioria era parentela dos bailarinos que se apresentavam. Que saudade me bateu de Londrina, onde os festivais funcionavam, onde o público era generoso e sabia o que apreciar. Não importava o quê, em Londrina sempre havia um espetáculo de dança ou teatro ou um bom filme no Ouro Verde ou Com-Tour pra curtir. Quem conhece sabe do que estou falando. E quem não faz idéia, deve ir um dia pra lá conferir o que digo.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

A carência do mundo

Cisne Negro, a maior companhia de dança do Brasil, já não é mais a mesma. Ontem fui ao espetáculo deles chamado Trilhas ,mas assim como dito no último post, faltou algo na apresentação. Algo de glamour, de sensível, de presença divina, de dionisíaco como só a dança pode ser. Não que tenha sido um espetáculo ruim, longe disso, mas o fator deslumbre não estava presente como deveria ou como estaria anos atrás.
Começo a ficar intrigada com isso, imaginando que o problema esteja comigo, já que não me deslumbro com mais nada. Será? Na verdade acho que não. O mundo está mesmo muito carente de brilho e magia, carente de situações que nos transportem a outros mundos mais áureos que esse. Não é?

música: Faith - Violent Femmes

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Arrebatamentos


Não se fazem mais filmes ou livros como antigamente. Parece careta ou saudosista dizer isso, mas é verdade. Faz tempo que não leio um livro realmente bom ou assisto a um filme memorável. Acho que o mundo anda carente de coisas que arrebatem. É isso: preciso de livros e filmes que me arrebatem.

O arrebatamento me aconteceu várias vezes, como quando li Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo ou Se um viajante numa noite de inverno, de Ítalo Calvino.
Com o cinema não foi diferente, Kielówski (A trilogia), Tarkóvisky( O sacrifício), Glauber Rocha(Terra em Transe), Imamura( Agua quente sob ponte vermelha), Ridley Scott(Blade Runner), Coppola pai(Poderoso Chefão), Coppola filha (Encontros e desencontros), Linkekater(Antes do amanhecer), Bergman(O sétimo selo), Almodovar(Tudo sobre minha mãe) , Iñarritu (21 gramas) e tantos outros que nem caberiam aqui.

Todos esses me causaram arrebatamento. E hoje em dia tenho falta de algo que me faço sentir assim de novo.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Excentricidades


Venho pensando seriamente em mudar do Brasil. Sempre penso em ir pra Londres, lugar dos sonhos pra mim, o clima perfeito, os pubs, a boa música (Inglaterra berço dos Beatles, quer mais o quê?!), enfim, tudo coopera. Mas ultimamente tenho sentido um desejo grande de ir pra um lugar totalmente diferente, como Japão ou China, onde não entenda lhufas da língua, onde tudo é do avesso e misteriosamente novo pra mim.
E de repente penso: por quê não ir? Nada mais me prende a lugar algum e quero mesmo explorar novos horizontes. O único porém é que não gostaria de ira sozinha para estes ambientes excêntricos. Alguém se habilita a me acompanhar?

ps: ao ouvir essas minhas divagações hoje minha mãe exclamou que enquanto uma filha tem mais de dois pés no chão, a outra - eu - está diariamente pendurada num balão. Adoro balões!

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Blog novo, título novo. A novidade deve sempre trazer mudanças.
Noir Désir é literalmente "desejo negro". Mas Noir é também a designação para certos tipos de filmes policiais feitos na década de 30, 40 e 50, onde predominavam cenários e iluminação obscuros, tramas envolventes e misteriosas, repletas de mulheres fatais, vilões charmosos e mocinhos com certa dose de maldade. Tudo isso imerso em todo glamour da época.
J´adore le noir!

Algumas pérolas do cinema noir:

"Não esteja tão certo de que sou tão ruim quanto deveria ser"
Humphrey Bogart em Relíquia Macabra (Maltese Falcon, 1941).

"Com a minha cabeça e o seu corpo, a gente pode ir bem longe"
John Garland em O Destino Bate à Sua Porta (The Postman Always Rings Twice, 1946).

Noir désir é também o nome de uma canção do grupo belga Vive la fête.
Sejam todos bem-vindos ao Noir Désir.