segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mulher Objeto - Pondé

Humildemente confesso que, quando penso a sério em mulher, muitas vezes penso nela como objeto (de prazer). Isso é uma das formas mais profundas de amor que um homem pode sentir por uma mulher.
E, no fundo, elas sentem falta disso. Não só na alma como na pele. Na falta dessa forma de amor, elas ressecam como pêssegos velhos. Mofam como casas desabitadas. Falam sozinhas.
Gente bem resolvida entende pouco dessa milenar arte de amor ao sexo frágil.
Sou, como costumo dizer, uma pessoa pouco confiável. Hoje em dia, devemos cultivar maus hábitos por razões de sanidade mental. Tenho algumas desconfianças que traem meus males do espírito. Desconfio barbaramente de gente que anda de bicicleta para salvar o mundo (friso, para salvar o mundo).
Recentemente, em Copenhague, confirmei minha suspeita: a moçada da bike pode ser tão grossa quanto qualquer motorista mal-educado. Trinta e sete por cento da população de lá usa as “magrelas”. E nas ciclovias eles são tão estúpidos, estressados e apressados como qualquer motorista “subdesenvolvido”. Fecham a passagem de carros e ônibus como se, pela simples presença de seus “eus” perfeitos, o mundo devesse parar diante de tanta “pureza verde”.
Aliás, um modo seguro de ver que alguém NÃO conhece a Europa é se essa pessoa assume como verdade o senso comum de que os europeus são bem-educados. Muitos deles, inclusive, não sabem o que é uma coisa tão banal como uma fila.
Outra coisa insuportável é quem toma banho com pouca água para salvar o planeta. Esse tipo de gente é gente porca que arranjou uma desculpa politicamente correta para não tomar banho direito. Provavelmente não gosta de banho mesmo.
Mas, falando sério, desconfio de homens que não pensam em mulheres como objeto. Pior, são uns bobos, porque, entre quatro paredes, elas adoram ser nossos objetos e na realidade sofrem, porque a maioria dos caras hoje virou “mulherzinha” de tão frouxos que são.
Imagino o quão brocha fica uma mulher quando o cara diz para ela: “Respeito você profundamente, por isso não vou…”.
Pergunto filosoficamente: como achar uma mulher gostosa sem pensar nela como objeto?
A pior forma de solidão a que se pode condenar uma mulher é a solidão de não fazê-la, de vez em quando, de objeto. E esta é uma forma de solidão que se torna cada vez mais comum. E, sinto dizer, provavelmente vai piorar. A não ser que paremos de torturar nossos jovens com papinhos politicamente corretos sobre “igualdade entre os sexos”. Igualdade perante a lei (e olhe lá…). No resto, não há igualdade nenhuma.
A feminista americana Camille Paglia, recentemente, em passagem pelo Brasil, disse que muitas das agruras das mulheres heterossexuais se devem ao fato de elas procurarem “seres iguais a elas” nos homens. Que pensem como elas, sintam como elas, falem como elas.
Entre o desejo “correto” de ter um “eunuco bem-comportado” e um homem que diga “não” à tortura da “igualdade entre os sexos”, ficam sozinhas com homens que são “mulherzinhas”.
O que é um homem “mulherzinha”? É um homem que tem medo de que as mulheres achem-no machista, quando, na verdade, todo homem (normal) gosta de pensar em mulher como objeto.
Um mundo de “mulherzinhas” acaba jogando muitas mulheres no colo (vazio) de outras mulheres por pura falta de opção. E aí começa esse papinho de que é “superlegal ser lésbica”. Afora as verdadeiras, muita gente está nessa por simples desespero afetivo.
Nada contra, cada um é cada um. Só sinto que muitos homens “desistam” delas porque a velha “histeria” feminina da qual falava Freud (grosso modo, a insatisfação eterna da mulher) virou algo do qual não se pode falar, senão você é machista.
Muito desse papinho “progressista” é conversa fiada para esconder fracassos afetivos, a mais velha experiência humana, mas que nos últimos anos virou moda se dizer que a culpa é do capitalismo, da igreja, do patriarcalismo, da família, de Deus, da educação, do diabo a quatro.
E o pior é que quase todo mundo tem medo de dizer a verdade: uma das formas mais profundas de amor à mulher é fazer delas objeto.

Este artigo me lembrou do livro (e não o piegas filme de mau-gosto) "A História de Ó".

7 comentários:

Roberta disse...

na cama um cara que eu to afim pode me fazer de mulher objeto, mas um estranho na rua não.

flávia disse...

é exatamente sobre desejo que fala o texto.

Monique disse...

Pessoal fiquei de cara quando encontrei esse texto machista do Pondé no blog de uma mulher!
Desculpe, mas em nenhuma relação gosto de ser objeto, sou sujeito!

flávia disse...

Hahahaha, Monique. Pois ficaria mais surpresa ainda em saber que essa mulher aqui, além de concordar com Pondé, odeia o feminismo e adora o machismo! Às vezes ser objeto é a melhor forma de ser sujeito, capisci? Mas é melhor deixar essa discussão entre 4 paredes.

Marcia disse...

"... O mundo em que habitamos prega que mulher deve ser bonita acima de tudo. Que essa é sua missão."

Mulheres com menos de 30 anos, aproveitem seus tempos de vida "util" - EXPECTATIVA DE VIDA DAS MULHERES: 30 ANOS

E o Pondé com a mesma idéia comum de que só existem mulheres lesbicas porque não levaram uns "amassos" bem dados de um "homem de verdade".

flávia disse...

e não é?

Marcia disse...

Se você só consegue relacionar, sexo, gênero e desejo de forma linear, talvez seja sim.

Mas como na vida nada acontece de forma linear e fechada, o desejo nem sempre esta relacionado com o sexo, como a identidade de gênero, também pode desviar do sexo biológico.

Neste vídeo, Adriano Senkevics, fala um pouco sobre a "natureza humana" e a relação com sexo.