sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Medo e obsessão



Land of plenty (Medo e obsessão). Win Wenders. 2004.
O mestre Win Wenders mostra não ter perdido seu grande talento como diretor. Apesar de não chegar nem aos pés de clássicos como Paris, Texas ou Asas do desejo, Wenders aborda nesse drama algo que apenas um diretor não-americano poderia dizer: o esvaziamento de sentido patriótico norte-americano pós 11 de setembro.
Wenders expõe a paranóia de um ex-combatente do Vietnã, que se auto-encarrega de cuidar da segurança do país contra possíveis atos terroristas, morando num furgão altamente paramentado com câmeras, fones e toda parafernália imaginável de dar inveja a qualquer James Bond que se preze. Passa os dias rodando as ruas de Los Angeles, na cola de células de terrorismo, homens-bomba e coisas que o valha quando então se depara com a chegada inesperada de sua sobrinha, vinda diretamente do Oriente Médio, onde viveu por anos atuando como missionária, prestando ajuda humanitária. Dois pólos se confrontando. Um obsessivo pela guerra e o outro solidário ao suposto inimigo.
Diferentemento de outros filmes sobre o 11 de setembro, este direciona os olhares não para o drama da perda física, da morte de civis ou qualquer apelo trágico mas sim para a perda de sentido patriótico da luta quando na verdade não se sabe exatamente contra o que se está lutando. O terrorismo vai muito além dessas fronteiras. Os horrores de qualquer guerra supera a tudo. O título original poderia ser traduzido para Terra da Plenitude. Mas plenitude do quê? Na verdade tudo pode ser resumido ao final do filme, quando os personagens estão a olhar o monumento erguido no lugar do World Trade Center com o seguinte comentário: achei que teria algo mais, não apenas uma cosntrução...

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Babel



POdem dizer o que quizerem. Babel é um filme fantástico.
Alejandro González Iñárritu continua tão bom quanto Amores Brutos ou 21 gramas, com a única diferença que agora sua obra tomou proporções mundiais e claro, com um orçamento à altura. POderia ter dispensado a presença de elenco holywoodiano, sem dúvida. Continuaria sendo um filme tão bom quanto. Quiçá melhor. Mas não há nada fake nesta película. Tudo está entregue ao sistema caótico que vivemos, sem mais ou menos culpa, com toda dramaticidade da qual não podemos escapar.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Perfume



Perfume: história de um assassino. Tom Tykmer. Alemanha. 2006.

O diretor alemão de Corra Lola, corra não surpreende muito com esse filme dedicado a um dos sentidos menos explorados no cinema: o olfato. Mas eu disse não surpreende muito, mas apenas um pouco. A história é sobre Jean-Baptiste Grenouille e se desenrola na fedorenta Paris do século xviii, onde a miscelânia de cheiros pútridos das ruas, dos esgotos, dos animais mortos se mistura à finesse da capital dos melhores perfumes do mundo. Jean-Baptiste nasceu com o dom de decifrar qualquer fragrância existente e a partir disso dejesa preservá-las, ou melhor, aprisioná-las. Sendo assim o protagonista anti-heroico se depara com a árdua tarefa de reunir para si e para sempre o melhor dos odores: o do ser humano, ou melhor ainda, das mulheres, des femmes. E virgens, claro.

Apesar de tudo o filme o não atinge o valor sinestésico que se propões, tendo em vista que o apelo cinematográfico será sempre ao visual, pois então para chegar ao mínimo desse valor olfativo teve-se que mostrar o interior de um rato em decomposição para a mínima idéia do valor olfativo de podridão. Mas o diretor ainda surpreende ao misturar na história suspense e sensibilidade, até chegar ao clímax do final, uma viagem - literalmente - ao absurdo.

Para entender melhor sobre a sinestesia no cinema indico o levíssimo Os cinco sentidos, uma produção canadense do diretor Jeremy Podeswa, que explora muito melhor cada um dos sentidos em diferentes histórias que se emaranham em uma só.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Amor segundo Google

Muito boa essa.
O Google tem uma série de buscas inusitadas. Numa delas, se você quiser saber o significado das palavras basta digitar na caixa de busca a palavra define, dois pontos e a palavra desejada.
Como exemplo utilizei a palavra amor (piegas e banal). Assim:
define: amor
Um dos resultados: Palavra de quatro letras, duas vogais, duas consoantes e dois idiotas.
Hilário.
Tente você mesmo.

Para todos os dias


Belchior - Paralelas

Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, quebro a vidraça e grito
Grito quando o carro passa: teu infinito sou eu.



Ivan Lins - Ai, ai, ai, ai, ai

É as vezes tudo é lindo
ás vezes tudo engana... mas
Basta um beijo teu e eu...
Ai, ai, ai, ai, ai,
Pudera! Você é o grande amor da minha vida
Pudera! Você é o grande amor da minha vida


Elis Regina - Só tinha de ser com você
É,
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você.
É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.