Antes era: | Agora é: |
creme rinse | condicionador |
obrigado | valeu |
é complicado | é foda |
collant | body |
rouge | blush |
ancião e coroa | véio |
bailinho e discoteca | balada |
japona | jaqueta |
nos bastidores | making off |
cafona | brega |
programa de entrevistas | talk-show |
reclame | propaganda |
calça cocota | calça cintura baixa |
flertar, paquerar | dar mole |
oi, olá, como vai? | e aê? |
cópia, imitação | genérico |
curtir, zoar | causar |
mamãe, posso ir? | véiaaaa, fui!!! |
legal, bacana | manero, irado |
mulher de vida fácil | garota de programa |
legal o negócio | xapado o bagúio |
pasta de dente | creme dental |
cansaço | estresse |
desculpe | foi mal |
oi, tudo bem? | e aê, belê? |
ficou chateada | ficou bolada |
médico de senhoras | ginéco |
superlegal | irado |
primário e ginásio | ensino fundamental |
preste atenção! | se liga! |
por favor | quebra essa |
recreio | intervalo |
radinho de pilhas | ipod |
manequim | modelo e atriz |
retrato | foto |
jardineira | macacão |
mentira | kaô |
saquei | tô ligado |
entendeu? | copiou? |
gafe | mico |
fofoca, ti-ti-ti | babado |
ha ha ha | uhauhauhauha |
fotocópia | Xerox |
brilho labial | gloss |
bola ao cesto | basquete |
folhinha | calendário |
empregada doméstica | secretária |
faxineira | diarista |
vou verificar | vou estar verificando |
madureza | supletivo |
vidro fumê | insulfilm |
posso te ligar? | posso te add? |
tingir uma roupa | customizar |
dar no pé, ir embora | vazar |
embrulho | pacote |
lycra | stretch |
tristeza | deprê |
beque | zagueiro |
rádio patrulha | viatura |
atlético | sarado |
peituda | siliconada |
professor de ginástica | personal |
quadro negro | board |
babosa | aloe vera |
lepra | hanseníase |
Ave Maria!!! | Afffff!! |
caramba | caraca |
namoro | pegação |
laquê | spray |
rugas | marcas de expressão |
de montão | pracarai! |
derrame | AVC |
chapa dos pulmões | raio-x |
sua bênção, papai | "qualé", coroa? |
você tem certeza? | ah! fala sério! |
banha | gordura localizada |
alisamento | chapinha |
buteco no fim do expediente | happy hour |
costureira | estilista |
negro | afro-descendente |
professora | tia, profe |
senhor | tiozinho |
bunduda | popozuda! |
Amorrrrrrr! | Benhhêêêêê! |
desculpe, mas esta questão que você me submeteu é impossível de cumprir! | nem fudendo! |
olha o barulho! | ó o auê aí ô! |
sexta-feira, 4 de março de 2011
As mudanças dos anos 70/80 para os dias de hoje:
quinta-feira, 3 de março de 2011
Cineminha
Biutiful
2010
Alejandro Gonzales Iñárritu
Gosto bastante dos filmes de Iñárritu e este não fica atrás.
O filme é dotado de uma dramaticidade bem característica desse diretor (como em Amores Brutos e 21 Gramas), além do tema recorrente que é a multiplicidade "étnica": Iñárritu sempre trabalha com mais de uma nacionalidade em seus filmes e desta vez o pano de fundo é mais claro que nunca.
127 Horas
2010
Danny Boyle
Agonizador.
A história é verídica: um rapaz fica preso pelo braço numa fenda de um canion norte-americano e tudo que precisa fazer, depois que acabaram, água e comida, é cortar fora o que o mantém preso. O braço, sim, o braço.
Existem traços da estética de Boyle (câmera rápida, flash). E, afinal, era necessário preencher o filme com algo além de uma pessoa que chega às últimas consequências para sobreviver.
Ainda prefiro Trainspotting.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
A GANÂNCIA DA HONRA - Pondé
QUE DEUS me proteja de cair na tentação da ganância da honra. Aristóteles já dizia que a honra é uma virtude pública sedutora, mas impossível para quem a busca por si mesmo.
Sobre isso, revi o grande filme de Stanley Kubrick “Glória Feita de Sangue” (1957). Outro filme que recomendo é “A Cruz de Ferro” (1977), de Sam Peckinpah. Ambos tratam da relação entre elite (oficiais) e plebe (soldado) — Kubrick na Primeira Guerra Mundial, exército francês nas trincheiras; Peckinpah na Segunda Guerra, força armada alemã na frente russa.
No primeiro filme, o herói, o coronel Dax (Kirk Douglas), membro da elite francesa, se vê diante de uma trama na qual três de seus soldados são condenados injustamente à corte marcial e ao fuzilamento. São acusados de covardia quando a missão para a qual tinham sido mandados era impossível. Não foram covardes, ficaram detidos pelas condições insuperáveis da batalha. Mas a hierarquia queria mesmo era o sangue “do gado” para animar a moral das tropas, mostrando o valor da disciplina. O desprezo do coronel Dax pela elite do Exército é evidente, apesar de ser parte dela. O general em comando apenas queria uma promoção. Segundo o general, o “povo francês” clamava pela sua dignidade, que deveria ser honrada com o sangue dos “covardes”. “Povo francês” aqui nada mais é do que a retórica da opinião pública como instrumento de pressão. Confiar no “povo francês”, como em sua elite, soará ridículo neste cenário.
No segundo filme, o herói, cabo Steiner (James Coburn), vindo da plebe, ganha várias cruzes de ferro por coragem sem dar valor a nenhuma delas (“só um pedaço de metal”), enquanto um capitão de família nobre prussiana, Stransky (Maximilian Schell), um covarde oportunista, cria situações para ganhar a cruz de ferro sem correr riscos. O desprezo do cabo Steiner pela elite é também evidente, mas não é membro dela.
Em ambos os filmes, lembramos da tese do escritor russo Tolstói (em “Guerra e Paz“) sobre guerras e batalhas (que fala da vida como um todo): um caos sem ordem, sem sentido, violência gratuita, a partir do qual, após a batalha, “reconstruímos o sentido” a fim de satisfazer qualquer ponto de vista, e, assim, contarmos “a” história. Nutro profunda simpatia por esta teoria da história de Tolstói.
Os filmes seguem cursos diferentes. De certa forma, o filme de Kubrick vai mais longe do que o de Peckinpah na crítica ao modo como o mundo se organiza (sendo a guerra e o Exército em ambos apenas o cenário ideal para demonstrar suas teses). Enquanto em “Cruz de Ferro” a coragem tem seu lugar (a medalha, apesar de o corajoso não dar valor a ela), em “Glória Feita de Sangue” a coragem é “invisível” para a hierarquia, que trata o herói Dax como um bobo idealista.
Onde está a coragem neste caso? Está na recusa do herói Dax da promoção que receberia como forma de acomodação ao status quo.
No filme de Peckinpah, ao final, Steiner arrasta o oportunista Stransky para o campo de batalha (já arrasado pelos russos), dizendo: “Vou mostrar a você onde crescem as cruzes de ferro” (isto é, diante do inimigo). Já no filme de Kubrick não há espaço para essa ode última à coragem nas guerras, mas sim algo mais sutil: Dax, observando seus soldados à distância, quando urram num bar diante de uma “cantora” alemã (prisioneira de guerra), percebe como, de uma horda de bárbaros, eles passam à condição de homens tocados pela fragilidade da moça e pela beleza da música que ela canta, em meio às suas lágrimas de medo. Um dos maiores momentos do cinema.
Em ambos, vemos a ruína da ordem do mundo e seus mecanismos de produção da honra (representados pela hierarquia do Exército e seus sistemas oficiais de reconhecimento da coragem e da covardia). Neste campo devastado, sobra a coragem de um homem solitário (Steiner) e a capacidade de um idealista aristocrático (Dax) de perceber um instante efêmero no qual feras se tornam homens. Ambos impermeáveis à ganância das honras.
Pouco importa a classe social — o que conta, ao final, é a virtude de cada um como modo de ação num mundo sem honra.
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