quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O escafandro e a borboleta




O escafandro e a borboleta.
França, 2007.
Julian Schnabel.

Sim, só agora consegui assistir ao tão aclamado ganhador de Cannes de 2007.

E a longa espera terminou como um suspiro. O filme não é lá tão grande maravilha assim. Confesso que nos 2 primeiros minutos o achei genial. Aos 10 minutos já me sentia estranha e incomodada pela estética da câmera em primeira pessoa, que oscilava entre luz e sombra, imitando o piscar humano. Não me senti a vontade e até mesmo me causou uma pequena sensação de náusea (tenho horror à luzes piscando constantemente). Passados os 15 minutos iniciais, veio de fato a história. Uma história verídica, baseada no romance homônimo de Jean-Dominique Bauby personagem principal da trama. Jean-Do, como o chamam os amigos, é o homem que passa a se comunicar com o mundo através de apenas um olho depois de um derrame o deixar completamente paralisado. Os médicos denominaram seu estado de Síndrome locked-in, ou seja, apesar do cérebro estar em perfeito funcionamento, nenhum movimento muscular segue seus comandos. Um vegetal pensante. Mas a Jean-Do resta se comunicar através de piscadelas que correspondem à letras do alfabeto, e é desta forma que seu livro O escafandro e a borboleta é transcrito por uma de suas enfermeiras.

Sem dúvida é um filme dotado de beleza e sutilezas que bem cabem aos franceses. Mas não é algo deveras extraordinário que merecesse tão grande destaque. E se alguém notar certa semelhança à Antes do anoitecer, não é mera coincidencia. O diretor é o mesmo mas sem dúvida a interpretação - e presença - de Javier Bardem já valem o filme todo.

Pelo teor destes filmes, Julian Schnabel se tornou um ás em adaptação de livros de homens à beira da morte ou já imersos nela através de seus escafandros.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Abandono

Este blog está realmente abandonado. Por estes dias darei um pouco mais de atenção pois estou de castigo em casa, impossibilitada de sair, dirigir ou fazer qualquer tipo de esforço por conta de uma contusão no joelho. Até lá, filmes, blogs e livros me esperam.

Conhecimento ou felicidade?

Há algumas semanas participei pela primeira vez do Café Filosófico que acontece na CPFL daqui. Na verdade sempre quis ir, mas os temas nunca cooperavam com uma sexta-feira a noite. Enfim, o que me chamou a atenção nesse dia foi, além do tema, o palestrante: A Torre de Babel, com Luis Felipe Pondé. Como estou há algum tempo longe da academia confesso que foi um "respiro" e tanto para mim. Pondé foi genial em suas colocações, numa conversa quase informal com o pequeno público que o aguardava, discursando sobre a pós-modernidade e suas vertentes, traçando um paralelo inimaginável entre o discurso religioso - não como ópio do povo - e as (in)consequências de se viver sob o julgo do conhecimento. Fabuloso.
Assim como eu sempre pensei e defendi, o conhecimento nos faz cada dia menos felizes.
Bom, eu pelo menos, prefiro ter apenas 50% de felicidade à 100% de ignorância.

sábado, 25 de outubro de 2008

Hell



Hell.
Bruno Chiche.
2006.
França.
Confesso que não indicaria este filme não fosse pelo livro homônimo de Lolita Pille no qual foi baseado.
Para mim é inevitável não relacionar qualquer filme de adolescente junkie com Christiane F.
Neste, Hell - a personagem principal - vaga pelas noites parisienses, regadas a álcool e droga. Passa os dias fazendo compras em lojas de grife, tentando satisfazer algo insaciável em si mesma. Na verdade o vazio é a personagem principal.
Confesso que não tive a oportunidade de terminar de ler o livro, mas até onde cheguei superava em muito o que se filmou. Esperava muito mais desta adaptação. Fosse alvez a falta de bons atores e de boa trilha sonora. Algo se perdeu no caminho.
Mas enfim, a quem interessar, leia o livro.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Blindness finalmente!


Blindness.
Ensaio sobre a cegueira.
2008
Fernando Meirelles - José Saramago

Finalmente chegou a Bauru a obra-prima de Fernando Meireles. E deixou pouco a desejar. Digo isso porquê as espectativas sobre o filme eram imensas - da minha parte - já que li o livro há algum tempo e desde então fiquei imaginando como seria fazer um filme dessa qualidade. E Meireles conseguiu fazer algo realmente bom. Claro, como toda adaptação de livro, deixa escapar entre os frames um detalhe ou outro mas no geral deu conta do recado.

Agora é esperar que chegue às locadoras para ver na íntegra as cenas deletadas, que imagino eu, seriam os detalhes que eu tanto prezo.

sábado, 27 de setembro de 2008

Once

Once.
Apenas uma vez.
2006.
Irlanda.
John CArney.

Delicado. Na medida certa. Trilha sonora perfeita.Eu gostaria de tê-lo feito.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Primeira Piada Gay de Bauru

Ao 7 de setembro deste ano foi realizada em Bauru a Primeira Parada do Orgulho GLSTsndfijre9einfh. O que prefiro chamar de Piada Gay.
O discurso da tal "parada" englobava não apenas a camada gay como também todas as outras minorias, tais como mulheres e negros. Isso mesmo: mulheres e negros.
O Brasil é um país onde quase não existem mulheres e negros, não, é?
Ou será que é só em Bauru que eles são minoria?

Affffffffffff.

Da próxima eles deveriam tentar outras minorias, como asiáticos e indianos.
Só pra variar um pouco.

No fim acho que a única minoria aqui sou eu que achei tudo isso uma grande piada.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Chet

Ok. A Bienal realmente não era tão sensacional coisa assim.
Me diverti, conheci muita coisa - profissionalmente falando - e claro, vi montanhas de livros.
Mas ao contrário do que pensava, não voltei carregada de novidades (ou raridades) para casa. Essa foi minha maior decepção. Nada que espantasse chamou minha atenção ao ponto de me fazer desembolsar alguns reais. E já no final, quase sem restantes esperanças, eis que surge, numa banca mal-arrumada de livros de todos os tipos, uma solitária biografia de ninguém menos que Chet Baker. O ícone do jazz me chamou atenção nas fileiras badernadas entre um Larousse dos Gatos e um A menina que roubava livros. E lá fui eu, de volta a Bauru, feliz da vida por trazer para a estante da minha mente algo que realmente prestasse.
Ah , o nome do livro é No fundo de um sonho - a longa noite de Chet Baker, de James Gavin.
O próximo passo é conseguir o filme Let's Get Lost.
Aceito sugestões...

sábado, 16 de agosto de 2008

Orquestra Imperial

A Orquestra Imperial é uma das melhores coisas que já aconteceu - aliás, está acontecendo - na música brasileira.
Clique no título para saber mais.
Vai valer a pena.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Minha primeira Bienal

A Bienal do Livro começa amanhã em Sampa.
E eu como uma boa (e inexperiente) compradora de livros estarei lá para conferir no domingo.
Pena o David Lynch não ter ficado para lançar seu livro por lá.
Enfim, não se pode ter tudo na vida , né?
Rs.

sábado, 26 de julho de 2008

Pela semana

On the waterfront.
Sindicato de Ladrões.
Elia Kazan.
1954.

Meu primeiro Marlon Brando preto-e-branco.



Rosemary's Baby.
O Bebê de Rosemary.
Roman Polanski.
1968.

Em algum lugar li que o melhor filme de terror é aquele em que coisas ruins acontecem à pessoas boas.
E quem disse que Rosemary era boa?
Rs.




Once upon a time in America.
Era uma vez na América.
Sergio Leone.
1984.

Leone+De Niro+ Morricone = não podia ser melhor!

domingo, 13 de julho de 2008

I wanna be Audrey!





Breakfast at Tiffany's.

Bonequinha de Luxo.

George Axlrode.

1961.

Um ícone, uma diva, um belo roteiro.

Puro luxo!

domingo, 6 de julho de 2008

The WILD

Into the wild
Na natureza selvagem
Sean Penn
2007.







A primeira foto é a capa do filme 'Na natureza Selvagem' e a segunda é a foto do personagem real do livro homônimo do escritor Jon Krakauer.
A história é verídica, sobre o cara que resolve literalmente 'cair de cabeça' na natureza, se jogando numa viagem fantástica pelos EUA, sozinho, sem grana, apenas com a idéia fixa de chegar ao Alaska e por lá ficar como ele mesmo dizia into the wild.
Ao contrário do que li em alguns blogs e jornais sobre o filme - não sobre o livro - não creio que Chris McCandless abandonou tudo o que tinha, família uma boa formação, e blá blá, para "buscar a si mesmo". Na verdade se o cara deixou essas coisas para trás é porque realmente não tinha nada. Nada a perder. E pela visão de Sean Penn ele parece se conhecer muito bem e saber exatamente o que quer. A renúncia ao consumismo e à normalidade do estudar/se formar/trabalhar/casar é o sentimento carro chefe dos jovens hoje em dia. Pelo menos para mim é. E esse é exatamente o sentimento que o filme me passou.
Lindas paisagens, trilha sonora perfeita de Eddie Vedder e um ótimo novo ator (o atual Speedy Racer) fez do filme um dos mais belos já visto.
Agora é ler o livro e ver quais destes sentimentos falará mais alto.

sábado, 28 de junho de 2008

Filme do dia


Um dia de cão.
Dog day afternoon.
1975.
Sidney Lumet.
Uma obra-prima.

Changes

Depois de quase 15 anos sem comer carne vermelha decidi mudar.
Voltei.
Não por vontade própria. Uma necessidade.
Mas mesmo assim é uma mudança e tanto.
E eu adoro mudanças!
Vamos ver no que dá...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Beatles universe

Across the universe. Julie Taymor. 2007

Não é o melhor musical do ano e nem passou perto. Mas para todo aficcionado em Beatles é um êxtase. As músicas, as cores, a junção das histórias. Os atores são medianos e nem precisavam ser grande coisa. O texto em si, ou seja, as músicas, não precisam de subsídios. Mas ainda assim é um filme de beleza plástica muito grande. Característica da diretora, a mesma de Frida, donde já despontava uma queda pelas artes coloridas e musicais.
No filme quase tudo é uma cópia de Hair, apoiado em grandes ícones dos pirados anos 60/70 como Hendrix, Joplin e King. Mas isso é só pano de fundo para dissecar as músicas num kaleidoscope eyes.

sábado, 24 de maio de 2008

http://www.youtube.com/watch?v=otNyX_uMXYk

Spektor

Regina Spektor. Cool russian girl.

3 vezes Abu


Bauru está tão aquém culturalmente falando ultimamente que fui "obrigada" a assistir um espetáculo de Abujamra pela terceira vez. O mesmo. Nada contra Abujamra. Na verdade se não gostasse tereia saído no meio da apresentação desde a primeira vez . O fato que me intriga é que se eu não fosse estaria perdendo algo bom de se ver , mesmo que já soubesse cada linha que o ator falaria.


Bauru já teve seus tempos áureos. Idos tempos. Saudosos.


O Sesc nos apresentava a todas quartas-feiras um belíssimo show instrumental, de músicos do calibre de Benjamin Taubkin, Lui Coimbra, Guinga. Hoje se há apresentações de bandinhas de "rock" municipal é demais.


Tendo em vista o então atual estado decidi pela terceira vez acompanhar as histórias do velho Abu - mais conhecido como Ravengar - declamando Clarice Lispector e tantos outros que na verdade, nunca serão demais aos nossos ouvidos.

terça-feira, 13 de maio de 2008

me and the books

Meu novo emprego tem-me proporcionado belas amostras do que se lê por aí hoje em dia.
Por mim passam livros das mais variadas formas, conteúdos, capas, editoras, escritores, enfim, de tudo um pouco nesse mundo.
Mas o que me deixa encucada é o quanto se lê - ou melhor - se vende de livros chamados "auto-ajuda". Os títulos são os mais mirabolantes possíveis e fico me perguntado que tipo de pessoa será que lê isso. Coisas do tipo "o que toda mulher inteligente deve saber" ou "ostra feliz não faz pérola" ou "a ciencia de ficar rico" e ainda "como fazer amigos e influenciar pessoas", "mulheres corajosas sempre vencem" e "não se deixe influenciar pelos outros".
Afffffffffffffffffff!
Há também aqueles com títulos interessantes. Numa dessas pérolas encontrei o must : 'Como vencer um debate sem precisar ter razão". Se não estivesse escrito na capa o nome do autor eu jamais imaginaria, mas, pensando bem, vindo de quem vem, é bem justo afirmar que este livro e de Arthur Schopenhauer e eu ainda ainda o terei na minha estante!

My Blueberry nights


Espero anciosamente por este filme. Enquanto isso, vou me deliciando com a trilha sonora.

Mais que indicada.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Década de 80 para todos os gostos

Sem querer, durante estes últimos dias só assisti a filmes da década de 80. E não é que agradam a todos, mesmo?


Beetle Juice. Os fantasmas se divertem. Tim Burton. 1988.


Full Metal Jacket. NAscido para MAtar. Stanley Kubrick. 1987.




The Fly. A Mosca. David Cronenberg. 1986.

domingo, 27 de abril de 2008

Jogo-do-bicho


Sonhei nesta noite que lutava com um leão-marinho.
O instrumento que usava para me defender era um cabide, desses compridos e com pés que se usam em lojas de roupas.
Sonhar isso quando se está prestar a começar um novo emprego deve significar algo.
Pena que eu não jogue no jogo-do-bicho. Mas de uma coisa tenho certeza: as coisas estão começando a mudar...

sábado, 19 de abril de 2008

A morte do cinema

As fotos que aqui seguem foram realmente executadas, não são montagens. Gente "famosa" (quem são estas pessoas? não conheço nem sequer metade delas) como Belo e Latino (tá bom, estes eu conheço) posaram como grandes astros do cinema. Ok, na verdade o único filme que realmente presta nesta lista é Bonequinha de Luxo, mas enfin, é o fim do fim. Um assassínio do cinema em geral.
Clique no título que vai diretamente para a matéria na íntegra.


Belo e Gracyanne Barbosa na clássica cena de "Titanic", estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.


O "Sr. e Sra. Smith" Latino e Mirella Santos. Ao lado, a "Bonequinha de Luxo" Natália Guimarães.


Ivo Meirelles como Ray Charles e Fani Pacheco de Sharon Stone em "Instinto Selvagem".


Ana Di Biase foi fotografada como a Cyborg T-X de "O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas".

sábado, 12 de abril de 2008

Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.



"A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas."

trecho de "Sonhos"

sweet dreams

E queria não querer dormir.
Ou não precisar.
Ou não desejar.

Roseando

Acho que preciso ler mais Guimarães Rosa.
Devo. Não nego.

Desencanto ouvindo Karma Police

Existem dias em que você acorda e tudo parece possível.
O dia está lindo, ensolarado.
Você está bem disposto, já se programa para fazer altas coisas, tudo que tem vontade.
Cozinhar algo um pouco mais sofisticado, ler aquele livro que faz aniversário na estante, estudar algo novo, tentar pintar um quadro.
Sabe esse dia?
Não faça nada. Nem se levante.
O melhor que tem a fazer é fechar a cortina e voltar a dormir.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Beijos roubados


Beijos Proibidos. Baiser Volés. François Truffaut. 1968


Neste filme o alter- ego de Truffaut, Antoine Doinel, volta em cena, depois de atuar em Les quatre cent coups e Antoinne et Colelette . É um filme leve e discretamente engraçado. Pena que o título em português tenha trocado o "roubados" por "proibidos", uma coisa totalmente diferente da outra. Mas enfin...é um Truffaut e sempre vale a pena.

Darkly


O homem duplo. A Scanner Darkly. Richard Linlater. 2006
Linklater pode ser chamado de o homem de mil funções. O cara se dá bem em todas as áreas que envolva imagem em movimento. Desde o cinema clássico, como em Antes do Amanhecer, como também filmar algo totalmente despretencioso e delicioso como Escola de Rock, tanto quanto tentar forjar um documentário como em Nação Fast-Food, e finalmente neste caso, que faz uma releitura da obra de ficção científica de Philipe K. Dick (também autor de Blade Runner).
Eu sou fã dele.

Do it something

Quem me conhece de perto sabe que sou hipocondríaca.
É que desde criança sempre tive de tomar vários remédios e acabei incorporando no meu estilo de vida "saudável". E ainda hoje dependo diariamente deles.
Fazer o quê.
Mas nesta última semana foi o ápice. Estou tratando de uma pequena pneumonia com antibiótico, que se juntou aos outros tantos medicamentos, o que me levou ao hospital no domingo de páscoa.
E pensar que dependerei de alguns desses para o resto da vida me deixou um pouco down.
Fazer o quê.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Terror com humor


Planeta Terror. Robert Rodriguez. 2007.



À primeira vista pode parecer um filme tosco dos anos 80. E no fim é. Mas com muito mais sangue! Robert Rodriguez resgatou o velho e bom cine-trash que há muito não se via. São claras algumas referências a filmes como A Noite dos Mortos-Vivos e mais ainda ao Fome Animal.

A junção da direção de Rodriguez à produção de Tarantino é bombástica para aqueles que curtem esse tipo de cinema. Sangue, explosões, non-sense e boa música.

Só para apreciadores.



sábado, 15 de março de 2008

moto-contínuo

Estou numa fase muito boa da minha vida.
Vários planos, várias mudanças, novidades acontecendo.
A única coisa que não curto é a impossibilidade de viajar constantemente como fazia nas antigas.
Quando trabalhava , faltava tempo.
Agora, tempo de sobra e grana nenhuma.
Esse é o moto-contínuo que quero passar de uma vez por todas.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Sweenety Todd


Sweeney Todd - O barbeiro demoníaco da Rua Fleet. Tim Burton. 2007


Sou fã de carteirinha de Tim Burton. Há anos acompanho sua carreira e pouquíssimos filmes dele ainda não assisti. Não consigo nem dizer qual dentre todos é meu favorito. Simplesmente curto tudo que o cara faz, do modo como faz, dos atores que utiliza, da música que incorpora, da qualidade das imagens e sobretudo quando se trata de animação em stop-motion. Mas isso fica para o próximo filme. Sweeney Todd é a mais nova criação de Burton, que conseguiu unir o seu humor negríssimo à leveza que é inerente a todo musical. Musical-negro. A nova tendência. E como tudo que o cara faz, ficou genial. E como todo grande diretor Burton elegeu seu cast permanente, aqueles atores vitalícios em todos seus projetos - neste caso Johnny Depp e a Sra. Burton (Helena Bonham Carter), perfeitos em todos os papeis sombrios (redundância) que Burton cria. É isso que faz de um filme uma obra-prima: a interação completa entre criador e criatura.

terça-feira, 11 de março de 2008

Bonnie & Clyde


Bonnie and Clyde. Arthur Penn. 1967.
Não sei porquê demorei tanto para assistir a este. Na verdade faltam muitos clássicos na minha coleção. Agora ao menos este já entrou para a lista. E cada vez que olhava para a tela e via o casal lembrava de Serge Gainsbourg cantando na minha cabeça: " Mais plus d'un les a suivis, En enfer, Quand sont morts, Barrow et Bonnie Parker, Bonnie and Clyde, Bonnie and Clyde... "

There will be a genius


Sangue Negro. There wil be blood. Paul Thomas Anderson.2008.
Confesso que ontem, quando entrei no cinema para ver Sangue Negro não esperava tanta coisa. E nem sei porquê, já que se tratando de um P.T. Anderson eu já deveria estar mais do que preparada, afinal o cara fez jóias raras como Magnólia e Embriagados de Amor. Sai do cinema estarrecida. o filme é simplesmente incrível. Anderson conseguiu transformar uma história relativamente chata e ordinária em um clássico. A busca do homem pelo poder e dinheiro já foi mais do que explorada pelo cinema e exatamente por isso eu não esperava tanto. Que nada. A união de bons atores - destaque para o jovem e esquisito pastor , não menos freak que seu papel anterior em Pequena Miss Sunshine - e uma trilha sonora atordoante e bela ao mesmo tempo. E claro, Daniel Day-Lewis, um show à parte.
P.T. Anderson é um gênio.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Pequenas mudanças.
Again.
Alguns sites sairam do nada da minha página e já estou a tentar consertar.
Paciência...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sobre pipas


O caçador de pipas. The kite runner. Marc. Foster.2007


Nem preciso esclarecer o quanto curto filme oriental, ainda mais desas bandas como Irã, Iraque, Paquistão, Tadjequistão, India (ok, coloquei tudo no mesmo saco mesmo sabendo a diferença, mas enfin...). E o diretor - que é alemão - me agrada bastante. É o cara de "Mais estranho que a ficção". Não li o livro "O caçador de pipas" e nem sei se pretendo, mas o filme agradou bastante. Pode não ter sido tão fiel quanto deveria às raizes, afinal, não foi feito por um afegão, mas o resultado vale a pena. A trilha é uma delícia e deveria ter levado algum no Oscar. Mas todo mundo sabe que o Oscar não serve de muita coisa mesmo, então no problem.

Sobre Café e cigarros

Coffe and cigarettes. Jim Jarmusch. 2003

Não posso dizer que este é um clássico nem que entrará para a lista dos "tops" , mas não é de se jogar fora. Tem toda uma estética. A escolha pelo preto e branco dá a dica. Não é nada convencional. Afinal, é um Jarmusch. Também não sou especialista no cara, dele só vi "Broken Flowers" e não gostei tanto e ainda não cheguei ao básico "Down by Law". Mas o que importa mesmo são as personalidades excêntricas que ele conseguiu juntar num só filme. Tom Waits (meu preferido), Iggy Pop, Jack and Meg White, Alfred Molina, Bill Murray, Roberto Benigni(eca), Cate Blanchet (que interpreta consigo mesma). Just for fun.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O ser e a voz

Eu curto muito The Smiths. De verdade.
Mas prefiro ficar só na música. Talvez jamais fosse a um show - se ainda existissem.
Morrisey é um cantor nato, adoro sua voz. Mas o jeito rebolativo do ser não me entra. E olha que gosto muuito de David Bowie.Portanto não é o fato de ser assim ou assado, apenas parece que não combina, não casa a voz de Morrissey com o jeito Morrissey de ser. Estranho.
Por isso prefiro só ouvir.
E me perdoem os fãs.
Mas pra quem curte, vai aqui dois videozinhos do youtube, com destaque para o segundo, menos rebolativo:

http://www.youtube.com/watch?v=0-HW_2c3JTw

http://www.youtube.com/watch?v=tq8RoLeUroM&feature=related

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Cloverfield e o 11 de setembro


Cloverfield. Matt Reeves. 2008.

Sim, eu também gosto de cinema barato. Ficção-científica, monstros, sangue e mais sangue. Sou fã de filmes misteriosos e banais. A junção de Bruxa de Blair e Godzilla não poderia ser diferente do que está aqui. Some-se a isso o pavor que o 11 de setembro incutiu aos norte-americanos. Ficou claro que Cloverfield é muito mais o medo do desconhecido (ou já um velho conhecido) que os americanos insistem em sentir diariamente. Aqui algumas imagens , inclusive, são cópias idênticas da destruição cunjugada a muita fumaça e chuva de papéis nos escombros do World Trade Center. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Mas o filme é contra-indicado em casos de congênitos de labirintite.

Reparação


Desejo e Reparação. Atonement. Joe Wright. 2007

Eis o filme que arrebatará uma grande parte do Oscar. Não só por ser um filme "feito" para isso mas também por ser merecedor. Além de uma história simples e muito bem contada - um drama amargurante - tem o dito plano-sequência de tirar o fôlego. Eu sou uma das grandes admiradoras de planos-sequências e digo que este é um dos bons. Não chega a ser também um clássico como em "Esse obscuro objeto do desejo", mas é muito bem feito. A forma como se conta a história, o ir e vir do passado misturado ao presente, tudo se encaixa muito bem. E , claro, o admirável sotaque inglês.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Minha breve carreira jornalística

Neste fim de semana presenciei um fato inédito:
Logo pela manhã uma casa de madeira em chamas. Os bombeiros chegam em minutos. O fogo cresce, a água esguicha e logo há fumaça, muita fumaça no ambiente. As pessoas se aglomeram para ver o que está acontecendo. Mães com seus bebês no colo, crianças pela rua, curiosos em geral. Bombeiros controlam o fogo. Polícia. Acabou.
Eu assistindo a tudo pela sacada da minha casa.
Eis a sequência:










O fato estranho não é o ocorrido em si, mas sim que logo após tiradas as fotos lá fui eu entrar em contato com os jornais da cidade para ver se havia qualquer tipo de interesse pelas fotos. Um dos jornais nem retornou, já o outro se limitou a esta resposta :

"Obrigada, Flávia
Como o incêndio não deixou feridos e para um assunto factual, já está velho, fica para a próxima vez"
(sic)
Hoje para algo virar efetualmente notícia tem de existir morte e tragédia (mais?!) literalmente. Como se já não bastasse uma notícia ser apenas ruim. Ela tem de conter sangue.
Sinceramente, eu jamais serviria para ser jornalista. Não desse jeito, não nesse mundo.
Talvez eu seja muito pouco factual para isso tudo.
E assim teve término minha investida jornalística, que já nascera morta.
Melhor ser historiadora mesmo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Cabíria

As noites de Cabíria. Le Notti di Cabiria. Frederico Fellini. 1957. ]

Cabíria é uma prostituta nas ruas de Roma na qual serve direitinho o ditado "desgraça pouca é bobagem". Pelas noites da vida Cabíria passa pelas mais loucas aventuras, desde conhecer um grande astro do cinema até ser hipinotizada num show de variedades. Uma obra-prima de Fellini, tendo como pano de fundo o fanatismo religioso dos católicos romanos. E claro, a bela música de Nino Rota.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Juno


Juno. Jason Reitman. 2007.


Juno é para o Oscar deste ano o que "Pequena Miss Sunshine" foi ano passado. Uma produção menos independente do que a outra, com um tema um pouco mais palatável e comum mas ainda assim uma delícia de filme. A atuação da atriz principal não deixa nada a desejar e a trilha sonora é uma beleza. Aliás, a trilha casa perfeitamente com perfil do filme, com folks e rocks da nova geração como Belle & Sebastian e afins. Delicioso e despretencioso. Mas creio que não vai levar tantas estatuetas pra casa quanto Miss Sunshine. Mas basta de comparações. Boa pedida para uma tarde de domingo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A Toca



Chegou na cidade um lugar delicioso: A Toca do Açaí.

Comidinha natural, sucos, açaí, do jeito que eu gosto! E um bom happy-hour pra quem curte chopp. E futuramente para os fanáticos em futebol.

E não digo isso por pertencer a amigos queridos (e futuros parentes), mas sim porquê o lugar vale a pena. E dá-lhe comida energética!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O descaso da coisa pública - parte II

Logo em seguida parti para uma outra repartição pública: o hospital.
Fui tentar visitar minha avozinha que se encontra lá desde o fim de semana.
É bem o tipo de coisa que estamos acostumados a ver nos jornais da noite pela Tv: pessoas estribuchando pelas macas nos corredores, bêbados, viciados, todo tipo de gente morrendo pelos cantos.
Não há controle de quem entra e quem sai, apesar de um porteiro na frente da enfermaria.
E mesmo que você tenha um pedido de internação para alguém que não vai aguentar nem mais um mês de vida, isso não significa nada pra ninguém. Nem médico, nem enfermeira, nem prefeito nem o raio que o parta.
It´s a long way...

O descaso da coisa pública - parte I

Sei que vai parecer redundante e óbvio tudo isso que vou dizer, mas não tenho como segurar.
Hoje fui na Diretoria de ensino aqui da cidade, entrar com recurso já que não fui aprovada como professora eventual e tal. Desde o começo de todo esse processo eu já sabia da burrocracia, da lerdeza e da ineficiência que a coisa pública gera, mas hoje foi o cúmulo.
A começar pelo site, de difícil navegação e falta de informações fui impelida a ligar no tal departamento. Minutos depois de vãs tentativas, alguém atendeu ao telefone e julgando ser uma mera telefonista( emotion de espanto) bateu o gancho na minha cara logo após dizer que não sabia me dar a informação desejada.
Peguei todos os documentos que julgava necesários e lá fui eu, rumo ao dito departamento. Chegando lá várias pessoas já se aglomeravam na porta, nos corredores, em filas, na frente dos painéis tentando achar quaisquer informações. E eu lá. Depois de meia informação na mesa de informações (digo meia pois a informante só soube me informar metade da informação) rumei para uma sala cuja porta se encontrava trancada e ninguém sabia onde estavam as chaves.
Pra resumir, depois de um tempo soube por outras pessoas que buscavam tantas informações quanto eu que ainda não havia uma lista exata da seleção para professores e ninguem sabia dizer quando a tal lista seria entregue.
Voltei pra casa sem saber como , onde e nem quando recorrer.
E ainda me perguntam porquê eu não queria ser professora pública.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Oh,Baby Jane!

O que terá acontecido a Baby JAne? Robert Aldrich. 1962.

Thriller fantástico com Bette Davis.
Incômodo, desconcertante, um ícone.
Com certeza o filme base de todos os thrillers dalí pra frente.
Do tempo em que ator era sinônimo de atuação impecável.



quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

James e Jerusalém


A jornada de James para Jerusalém. Ra´anan Alexandrowicz. 2003.
James é um sul-africano jovem que se pretende tronar pastor e parte de sua aldeia para peregrinar em Jerusalém. Já no aeroporto James é detido e vai para a prisão, donde sai sob fiança - paga por um judeu que vive de empregar imigrantes ilegais como faxineiros. James vai se adpatando à vida que lhe é imposta e assim também vai perdendo aos poucos o olhar inocente que com ali chegou. O sonho de conhecer Jerusalém vai se desfazendo conforme se rende ao capitalismo subliminar do dia-a-dia. A Cidade Santa já não se propõe assim tão imaculada.

No country



Onde os fracos não têm vez. (No country for old man). Joel and Ethan Coen. 2007.

A vasta filmografia dos irmãos Coen permite dizer que este é um bom filme. Esses caras têm no currículo filmes como a comédia odisséica(?!) E ai, meu irmão, cadê você? , o humor negro de Matadores de velhinhas, o astucioso Fargo e o delicioso Tuilleries de Paris, eu te amo.

Onde os fracos não tem vez não é excepcional, não faz parte do meu rol de filmes du coer mas é um bom filme. Javier Barden está perfeito no papel do matador de aluguel. Cara de louco, jeito de louco, em suma: um louco com uma pistola de ar e um cilindro nas mãos. Eis um western moderno!

Num país que importa e exporta violência nada mais há de se esperar.