quinta-feira, 30 de abril de 2009

Vik

Frankenstein feito com caviar


Marlene Dietrich feita com diamantes

Medusa feita com macarronada



Narciso feito de lixo


Auto-retrato feito com brinquedos de plástico



Vik Muniz. Brasileiro.
Artista plástico e fotógrafo. Brinca com os clássicos ao reinventá-los sob novos materiais, novas técnicas, novos olhares.

No MASP até 10 de julho.

Enjoy it!

Boring people

Fui semi-vegetariana por quase 15 anos, não me lembro se já comentei por aqui. Comia apenas carne branca, nada de vaquinha, porquinho e cia. Mas nunca fui ativista da causa vegeteba. Eu simplesmente não gostava do sabor da carne.

Ano passado isso mudou e retornei ao mundo dos carnívoros.
Graças a Deus!
Hoje cheguei a conclusão que esse mundo dos ativistas-vegetebas é muito mais boring do que eu imaginava!
Um amigo publicitário é adepto de outra causa.
Adorei!




quarta-feira, 29 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

O cigarro de Sade

Este e' um dos mais sinceros e verdadeiros textos que li neste ano.
Luiz Felipe Ponde'.

O cigarro de Sade

Sade é sem dúvida um autor famoso. Para alguns, ele é um gênio que grita pela liberdade em meio ao século das Luzes (um Voltaire maníaco por sexo), para outros, mero tarado sexual com dotes literários medíocres. Apesar de te-lo lido com alguma atenção e entender um pouco o que os especialistas vêem nele, suspeito que, antes de tudo, seu sucesso se deu porque ele era um nobre “em desgraça” que escrevia pornografia pesada (quem não gosta?). Se ele estiver certo, somos todos tarados sexuais. Mas levemos a seria sua “critica” e vejamos aonde ele nos levaria hoje.
Sade funda uma “tradição” que é ver no sexo algo alem dele. Muitos o seguiram nessa suspeita de que o sexo é mais do que o sexo. O Sade político ou psicanalista é o mais famoso. Mas há um Sade “metafísico”. Segundo sua metafísica, a Natureza é pervertida e cruel e , portanto, a rigor, não há crime ou transgressão porque a regra é o crime e a transgressão. Nesse sentido ele se aproxima muito dos cristãos antigos conhecidos como gnósticos, caras que afirmavam que o mundo foi criado por um deus mau. Segundo o que nos legou os críticos desses gnósticos, alguns deles se entregavam a todo tipo de sexo , menos o reprodutivo, como forma de desafio ao deus mau. Diriam eles: “ Veja, oh! Miserável deus, você nos fez gostar de sexo para reproduzir suas vitimas, por isso fazemos apenas sexo estéril”. Já há aqui algum indicio da “sexualidade de protesto”.
Mas o Sade político e psicanalista é mais fácil de circular em jantares inteligentes. Seus freqüentadores são consumidores envergonhados de antidepressivos, não aturam pessimismo de gente grande como a metafísica de Sade. A política sadiana identifica na moral social a intenção de nos destruir pela repressão do desejo. Quem busca a “virtude”, como sua personagem Justine, é objeto “feito” para ser torturado por uma sociedade que dá corpo à crueldade da Natureza louca. A revolta nesse caso é ser sexualmente “livre”: transformar-se no libertino, ou seja, no torturador, identificando-se com a “regra da crueldade gostosa”. Já o Sade psicanalista é aquele que “pressente” o gozo da pulsão de morte como natureza essencial do animal louco que seriamos. Violência, revolução e gozo.
Depois dele, nunca mais fomos para cama com alguém sem levar junto Freud (mamãe e papai), Marx (a ideologia de classe), Foucault (e a microfisica do poder invisível), enfim, haja cama grande para tanta gente. Não fazemos mais sexo, fazemos política e sintomas quando temos tesão por alguém.
Confesso que no fundo acho esse papo de perversão sexual meio “boring” (um saco): bater, queimar, cortar, apanhar, ser queimado, ser cortado. A mesma lengalenga de sempre. A morte para um perverso é achá-lo entediante. Na realidade, a política sadiana hoje esta espalhada em sites sado-maso banais.
Acho mais interessante imaginar o que Sade teria escrito hoje, se vivesse em nossa época, dada a delírios de uma nova “pureza”. Imagine, caro leitor, que existem pessoas que “salvam” o mundo comendo alface! Um exército de rúculas! O que seria transgressivo no caso da “nova pureza”? Tiraria ele sarro do “pai Obama”? Ou talvez ele fumaria um cigarro no meio de um templo onde se reúnem fascistas da saúde ? Mas tabaco faz mal! Claro que sim, mas ser violentada por cinco caras também faz mal. Por que achar que isso é libertador e fumar não? Vamos adiante, quem é o novo Sade?
Que tal comer gordura trans? Ou será que a “ciência da comida saudável” já mudou de novo e agora comer gordura trans combate ataque cardíacos? Vejo um Sade gordo, dilacerando uma picanha em meio a um restaurante de comedores de rúcula.Chorariam? Ou o espancariam? Vaquinhas jamais, mas sádicos comedores de carne e fumantes merecem uma surra? Ou apenas desprezo e nojo? Os nazistas também eram defensores dos animais...
Sua Sodoma seria deliciosamente poluída, rindo das “medições” do aquecimento global. No lugar da teoria Gaia da “mãe terra”, a “devoradora terra”, gargalhando de nossa “devoção verde”.
O Sade do sexo envelheceu. Hoje todo mundo acha chique achá-lo chique. O novo Sade é aquele que talvez, debocharia de uma sociedade de saúde. O que nos humaniza são os vícios, não as virtudes. Temo pessoas que não tem vícios. O novo hipócrita é magérrimo, “verde” e anti-tabagista.