domingo, 2 de dezembro de 2007

De doer

Piaf. (La môme)*. Olivier Dahan, França, 2007.
Essa será, talvez, uma das mais belas bigrafias retratadas pelo cinema em todos os tempos. E talvez - apenas talvez - eu esteja erada, mas foi esta a sensação que tive ao sair do cinema hoje após a sessão de Piaf - um hino ao amor (título em português, terrível por sinal).
Edith Piaf foi - e agora com muita certeza - a melhor intérprete da música francesa que o mundo pôde prestigiar.
Assim como na maioria das biografias cinematográficas a vida da personagem é destrinchada ao ponto de levar o público às lágrimas e não só pela forma que é contada a história mas pelo teor trágico da vida em questão. E não me venham falar em melodrama, pois está longe de o ser.
Por várias vezes enquanto o assistia me lembrei de outro filme biográfico tão desgraçado (sentido literal de infelicidade) quanto este, que é o Frida , e fiquei a pensar quão presentes são a dor e o sofrimento na vida de algumas pessoas e o tanto que isso as influenciam na expressão artística, no primeiro caso a música e no segundo a pintura.
Eis algo no que pensar. Nunca deixei de acreditar que a dor nos impele à mudanças muitas vezes drásticas ( e nem sempre trágicas).
Taí a dica de dois filmes para pensar, chorar e se encantar.
* La môme significa ao pé da letra "criança", mas o termo se refere à "pequena" e piaf à "pardal".