terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Cloverfield e o 11 de setembro


Cloverfield. Matt Reeves. 2008.

Sim, eu também gosto de cinema barato. Ficção-científica, monstros, sangue e mais sangue. Sou fã de filmes misteriosos e banais. A junção de Bruxa de Blair e Godzilla não poderia ser diferente do que está aqui. Some-se a isso o pavor que o 11 de setembro incutiu aos norte-americanos. Ficou claro que Cloverfield é muito mais o medo do desconhecido (ou já um velho conhecido) que os americanos insistem em sentir diariamente. Aqui algumas imagens , inclusive, são cópias idênticas da destruição cunjugada a muita fumaça e chuva de papéis nos escombros do World Trade Center. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Mas o filme é contra-indicado em casos de congênitos de labirintite.

Reparação


Desejo e Reparação. Atonement. Joe Wright. 2007

Eis o filme que arrebatará uma grande parte do Oscar. Não só por ser um filme "feito" para isso mas também por ser merecedor. Além de uma história simples e muito bem contada - um drama amargurante - tem o dito plano-sequência de tirar o fôlego. Eu sou uma das grandes admiradoras de planos-sequências e digo que este é um dos bons. Não chega a ser também um clássico como em "Esse obscuro objeto do desejo", mas é muito bem feito. A forma como se conta a história, o ir e vir do passado misturado ao presente, tudo se encaixa muito bem. E , claro, o admirável sotaque inglês.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Minha breve carreira jornalística

Neste fim de semana presenciei um fato inédito:
Logo pela manhã uma casa de madeira em chamas. Os bombeiros chegam em minutos. O fogo cresce, a água esguicha e logo há fumaça, muita fumaça no ambiente. As pessoas se aglomeram para ver o que está acontecendo. Mães com seus bebês no colo, crianças pela rua, curiosos em geral. Bombeiros controlam o fogo. Polícia. Acabou.
Eu assistindo a tudo pela sacada da minha casa.
Eis a sequência:










O fato estranho não é o ocorrido em si, mas sim que logo após tiradas as fotos lá fui eu entrar em contato com os jornais da cidade para ver se havia qualquer tipo de interesse pelas fotos. Um dos jornais nem retornou, já o outro se limitou a esta resposta :

"Obrigada, Flávia
Como o incêndio não deixou feridos e para um assunto factual, já está velho, fica para a próxima vez"
(sic)
Hoje para algo virar efetualmente notícia tem de existir morte e tragédia (mais?!) literalmente. Como se já não bastasse uma notícia ser apenas ruim. Ela tem de conter sangue.
Sinceramente, eu jamais serviria para ser jornalista. Não desse jeito, não nesse mundo.
Talvez eu seja muito pouco factual para isso tudo.
E assim teve término minha investida jornalística, que já nascera morta.
Melhor ser historiadora mesmo.