sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Time

David Bowie no auge de sua doidice, lindo, como Ziggy Stardust.

Figurinos impecáveis!

Time - He's waiting in the wings

He speaks of senseless things

His script is you and me boys

Time - He flexes like a whore

Falls wanking to the floor

His trick is you and me, boy

Time - In Quaaludes and red wine

Demanding Billy Dolls

And other friends of mine

Take your time

The sniper in the brain, regurgitating drain

Incestuous and vain, and many other last names

I look at my watch it say 9:25 and

I think "Oh God I'm still alive"

We should be on by now

You - are not a victim

You - just scream with boredom

You - are not evicting time

Chimes - Goddamn, you're looking old

You'll freeze and catch a cold'

Cause you've left your coat behind

Take your time

Breaking up is hard, but keeping dark is hatefulI had so many dreams,

I had so many breakthroughs

But you, my love, were kind, but love has left you dreamless

The door to dreams was closed.

Your park was real dreamless

Perhaps you're smiling now, smiling through this darkness

But all I had to give was the guilt for dreaming

We should be on by now

Yeah, time!

Lovely Julia!


Julie & Julia

Nora Ephron

2009


Julia Child foi uma das maiores e melhores cozinheiras dos EUA, assim como nossa querida e finada Ofélia aqui no Brasil. Julia Child era doce, simpática e muito bem humorada. Eu nunca tinha ouvido falar em Julia Child até ontem a noite, ao assistir Julie & Julia. A Julia do filme é interpretada por Meryl Streep (adoro) e consegue ser ricamente fiel à original.

Já a Julie que o filme se refere é Julie Powell, autora de um blog que virou livro, que virou filme, sobre Julia Child. Na verdade tudo surgiu de um desafio que Julie propôs a si mesma (!!!) que consistia em cozinhar as 524 receitas do livro "Dominando a Arte da Cozinha Francesa", de Julia Child, em 1 ano. Para tanto escrevia diariamente suas aventuras gastronômicas em um blog que acabou por virar o livro e depois este filme.

O filme é delicioso em todos os termos. Inevitável ficar com fome e babando durante a execução das receitas (tanto as de Julia como as de Julie). Meryl Streep está fantástica como sempre . A trilha sonora ajuda bastante e conta com uma versão lindíssima de "Time after Time".

Julie & Julia passa a fazer parte daquela minha velha lista de filmes para se comer.


Bon Appétit!


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Avatar Sucks

O filme Avatar tem dado o que falar. Para o bem e para o mal.
Eu particularmente odiei o filme, quis abandonar na metade, mas acabei ficando até o final. Clichê até o último frame, Avatar está sendo ovacionado e com certeza levará milhões de estatuetas neste domingo de Oscar.
Mas o que importa é que filmes de fantasia mexem com os desejos humanos. Eu mesma me vejo sempre em um filme do Almodóvar ou de Burton. O problema é não saber o limite entre aquilo que se deseja e aquilo que você realmente quer se tornar.
Está acontecendo um surto de "pandorismo"nos EUA onde as pessoas verdadeiramente querem morar em Pandora, já que a vida aqui já não é mais suportável.
Afinal, quem não quer ser alto, magro e ágil, voar num ser alado e conectar seu "rabinho" com a natureza?



Essa garota é só um dos exemplos de surto "Na'vi" por aí. No caso dela, como afirma, está solteira e procura seu próprio "sexy man".
Bem típico da nossa época: não se fala mais diretamente com as pessoas, mas diante de uma câmera, a coisa rola solta.

Está aberta a temporada de suicídio em massa.

Come, babe!


Survive Style 5 +

Gen Sekiguchi

2004

Japão


Ta aí uma dica pra quem curte filmes fantásticos.

Esse é um dos mais incríveis e loucos filmes que já assisti. Fugindo das roteiros sérios (mas não menos belos) e comuns japoneses, este filme mistura várias histórias diferentes que se unem em algum ponto da trama, à lá Magnólia. Com cores ultra vivas, faz uma mistura kubrickana com Matrix: a mulher que é morta por seu mardio e volta todas as vezes da morte para perseguí-lo, o pai de família que vira um pássaro num show de hipnose, a executiva da área de publicidade que tem ideias maluquíssimas para suas propagandas...enfim, histórias fantásticas que vão fazer desse um dos melhores filmes na minha lista.

Destaque para o único ocidental no filme, o inglês Vinnie Jones, um dos atores preferidos de Guy Ritchie.






Uma das melhores cenas!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

São, São Paulo, meu amor!

São Paulo, the lost city, the sin city.
J'adore!



O peregrino e o oásis de Ades - CowParade



Mimizinha e eu na pausa para uma boquinha - Boteco no centro




Vitral - Mosteiro São Bento

Isso sim é um mulherão! - vão livre do MASP


Bolinhos: até sonho com eles - Liberdade


Sorrisão de quem nunca viu tanta quinquilharia legal na frente - Eu, Zé e Lee na Liberdade

Cool Couple - Zé e Lee, eu e André - Liberdade.

Pondé!

O HOMEM COMUM - 01/02/10

COMO DIZIA o filósofo alemão Franz Rosenzweig (1886 -1929): "Hoje só me interessa o que as pessoas comuns me perguntam". Como ele, não me interessa mais me esconder atrás de alguma teoria pra negar minha insegurança. Segundo o crítico literário canadense Northop Frye (século 20), muitos acadêmicos são pessoas inseguras que se escondem atrás de teorias porque não são capazes de falar em primeira pessoa. Sendo medrosos e pouco criativos, morremos de medo da opinião dos pares. Ao final, o que importa é o corporativismo e o aniquilamento dos desafetos.Sei que o leitor irritado pensa que sou um elitista. Reconheço minha culpa, minha máxima culpa: tenho dado razão pra que você pense assim. Mas, como diz um personagem interpretado pelo ator Harrison Ford no filme "Divisão de Homicídios", quando é chamado por um subalterno de "sir": "Don't call me sir, I work for living" (não me chame de "sir", eu trabalho pra sobreviver).Esse é o meu caso, sou um nordestino, entre tantos, que veio pra São Paulo e aqui me virei como pude, fazendo contas todo mês e lidando com medos e crises repetidas de baixa autoestima ao longo do caminho. Como todo mortal, faço o que posso diante da opacidade do mundo e da mentira geral que permeia a ordem das coisas. Mas não sou um pessimista. Existe a beleza e a generosidade no mundo, elas se misturam a tudo mais, como o ouro se mistura ao lixo, à lama e à violência do garimpo. O próprio fato de que hoje estou aqui falando com você é a prova cabal de que não posso negar a felicidade e o sucesso que existem como possibilidade na vida dos homens comuns.
O que a leitora indignada não entende é que não compactuo com a repressão que hoje tende a destruir o pensamento livre em nome dos ofendidos. Mas não pense que, por isso, eu acredite que esteja "construindo um mundo melhor", porque não compactuo com esta ditadura dos ofendidos. Não acredito num mundo melhor. Como diz meu filho médico de 26 anos: "O sofrimento é uma constante, quando sai de um lugar, aparece em outro". O fato de eu não compactuar com a mentira do bom-mocismo é, em mim, uma condição quase fisiológica, sai como um grito de horror incontrolável. Não é uma virtude, é um vício. É uma dor que pede alívio imediato.Quer exemplos de máximas que me fazem urrar de dor? "Todos os homens são iguais e legais", "não diga coisas que façam as pessoas desacreditarem em si mesmas", "o mal é uma construção social e não uma constante da natureza humana", "não existem culturas melhores do que outras", "jornalistas de respeito não falam coisas feias em seus artigos", "as mulheres não estão solitárias em suas carreiras profissionais bem-sucedidas", "os homens modernos não sentem que são manipulados pelas mulheres, agora emancipadas, mas que continuem a fazer chantagens emocionais como suas avós faziam pra submetê-los a sua vontade dominadora", "a natureza é uma mãe".O que falta em mim é o medo que está por trás da unanimidade bem comportada. Não tenho medo que usem contra mim clichês bobos como machista, elitista, fascista, racista. Não sou nada disso, como todo brasileiro, sou uma mistura de europeu, índio e negro. Como todo mundo, tenho alguns preconceitos e quem diz que não os têm são os verdadeiros preconceituosos.
Vou continuar a falar coisas que a ditadura dos ofendidos detesta e eles vão continuar a tentar destruir a liberdade de pensamento, mesmo que se digam defensores da democracia. Se existe alguma democracia defendida pela ditadura dos ofendidos é a democracia da mediocridade, do silêncio e do medo.Quando falo em pessoas comuns, penso no homem comum do livro "O Homem Comum", de Philip Roth. Penso naquele homem ou naquela mulher que, quando vai ao cemitério e vê um caixão baixando ao solo, inevitavelmente sente um frio na barriga e um desespero na alma. Penso naquela mulher que se vê abandonada depois de anos de dedicação a um homem só porque chegou aos 40 anos e porque não consegue mais sorrir tão fácil. Penso naquele homem que sabe que sua vida está pendurada por uma corda que aperta seu pescoço cada vez que os juros do seu cartão de crédito sobem. Penso naquele idoso que não vê mais seus filhos porque envelheceu pobre.Penso, enfim, em você, aí sozinho, tomando café da manhã, sonhando com um amor que não existe, com uma família perdida e com um sucesso efêmero como o vento. Imerso na solidão de todos nós.


Os escritos de L. F. Pondé transitam entre o real - sem cair no brutal - e o sensível - sem nunca ser piegas.
Este é um dos mais belos textos que já li.