quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

The Little Joy


Little Joy é a banda formada por Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos), Fabrizio Moretti (The Strokes) e Binki Shapiro. Com uma formação dessa fica difícil algo dar errado. A banda é ótima, sutil, delicada, resumindo, vale a pena ver.

Hoje, amanhã e dia 5 de fevereiro em São Paulo.

Quem me dera...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ComunismoXComunismo

Coincidentemente acabei alugando ontem dois filmes que tratam diferentemente do mesmo assunto: o comunismo. Sinceramente este é para mim um assunto para lá de batido, mas sempre acabo por perceber algo novo quando me deparo com filmes que tratam do assunto, tanto a favor como contra.


O primeiro, Persépolis(Persépolis, 2007), foi baseado nas histórias em quadrinhos de Marjane Satrapi, homônimo da personagem principal da trama, uma garotinha que cresce assistindo ao Irã tornar-se o que é hoje. Com pais comunistas, a jovem que deseja se tornar uma grande profetiza expulsa o próprio Deus de sua vida quando o tio, também comunista, é morto pelo governo islâmico. Marji cresce desenvolvendo ideais claramente comunistas e é enviada à Europa por seus pais para se proteger do então temido governo anti-revolucionário e da guerra Irã-Iraque. Na Ástria conhece o amor, a desilusão, as drogas e vê a morte de perto. Quando retorna ao Irã, findada a guerra, Marji sofre com a depressão de não conseguir mais se adpatar num mundo coberto pelos véus, cada dia mais repressor.


Resumindo, o filme é hiper agradável aos meus olhos pois amo quadrinhos e quando são transpostos para o cinema sem perder a qualidade de HQ conseguem passar toda a atmosfera lúdica que só as animações conseguem. O texto é muito bem escrito, têm tiradas engraçadíssimas e bem colocadas, com timming perfeito. Fora isso, não caberia a mim falar que a mensagem do filme é totalmente pró-comunista. Mas num mundo como aquele, quem não seria a favor de uma nova revolução? O que o filme não retrata e nem discute é que se a revoluçao comunista tivesse vingado, se a ditatura seria melhor ou pior do que a que está em vigor...

Ps: Persépolis era o nome de uma antiga cidade do Império Persa, onde hoje encontra-se o atual Irã.





Já em A vida dos outros(Das leben der anderen, 2006), o ponto de vista é bem diferente. Na então Alemanha oriental, um espião especialista em escutas é designado para grampear o apartamento de um escritor renomado e sua namorada atriz. Nem é preciso dizer o quanto o comunismo alemão era craque em perseguição e tortura. Ao longo do filme, o coronel designado para a escuta vai-se humanizando com a história do casal de artistas e percebendo que não havia nada de tão subversivo em quem não era favorável ao governo comunista.


Um filme sensível que mostra o outro lado comunista, o das torturas, da perseguição, da sondagem, da podridão de um governo que desconfiava até de seus partidários. Mas no fim do filme, uma frase me deixou intrigada; quando tudo chega ao fim, um dos chefes do Estado diz ao escritor algo do tipo: "Agora que não há mais repressão não há mais sobre o que ser escrito, não há mais nada contra o que se rebelar, acabou-se a inspiração". E não seria uma grande mentira. Basta ver o quanto a MPB brasileira produzia durante os chamados "Anos de Chumbo" e comparar agora com o que é feito...





Sim, é muito fácil para mim bater nos dois lados e dizer que não me filio nem a favor nem contra ninguém. Mas atire a primeira pedra quem disser que nunca pensou em jogar toda essa sujeira no ventilador e ver no que dá.