sábado, 4 de dezembro de 2010

Os 3 jotas: O Justo, o Judeu e o Jesuíta

Noite de lançamento do livro de Luiz Felipe Pondé - Contra um mundo melhor: ensaios do afeto - na CPFL de Campinas.
Momento único e deslumbrante que tive o prazer de acompanhar.
Na mesa, além de Pondé, é lógico, foram convidados o filósofo Oswaldo Giacóia Jr. e o historiador Leandro Karnal. Foi algo realmente especial.
A noite começou com a análise perfeita de Karnal sobre o livro de Pondé. A descrição do pensamento "pondeniano" foi pontual e divertida. Daí surgiu a brincadeira dos 3 jotas: o Justo (Giacóia), o Judeu (Pondé) e o Jesuíta (Karnal).
Logo após, Giacóia nos agraciou com seus agradecimentos e questionamentos acerca do conteúdo sempre ácido e real do livro.
Pondé fechou a noite autografando gentilmente os exemplares de sua obra (indicadíssima, já estou quase terminando).
Uma noite memorável.

 Giacóia, Pondé, Karnal



Pondé e meu exemplar, já quase todo lido.

(Tiete, eu sei... rs)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cansada

Cansada.
Cansada com o fim de ano,
com o fim das aulas,
com o fim de uma jornada,
com o fim de um ciclo,
com o fim de algo que amo.
Cansada de gente loser,
de gente falsa,
de gente sem educação,
Tão cansada que nem consigo movimentar o mouse...

Poderia ser um haikai
mas como não sei fazer e não gosto de poesia
é só um desabafo mesmo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O filósofo Charles Harper - Pondé

ADORO TELEVISÃO! Curto muito o dr. House e sua visão trágica de mundo (aliviada estes dias porque ele está pegando a chefe, a dra. Cuddy, e sempre que pegamos alguém a tragédia da vida se dilui na doçura do sucesso sexual, não?).
Hierarquias de poder são grandes afrodisíacos, seja quando envolve mulheres acima (chefes), seja com mulheres abaixo (secretárias). O cinema explora isso há muito tempo com sucesso de bilheteria.
Calma, cara leitora. Não engasgue. Brinco. Aliás, brinco muitas vezes, mas nunca sabemos até onde vai a brincadeira no mundo, não é? Dúvidas são como neblina numa estrada. Escondem curvas e acidentes mortais ou nada além da própria monótona neblina.
Mas tenho um outro herói na TV: Charles Harper, da série “Two and a Half Men“. Tenho um amigo que a deu de presente para seu jovem sobrinho. Acertou em cheio: essa série deveria fazer parte da formação de todo menino hoje em dia, porque vivemos em épocas sombrias. A propósito, deveríamos dar de presente neste Natal a coleção inteira de Monteiro Lobato só para deixar os fascistas da censura das raças bravos. Se vivessem na Alemanha nazista, esses fascistas fariam fogueiras com livros do Monteiro Lobato.
Na agonia de diminuir as baixarias do mundo, estamos mesmo é gerando meninos inseguros e confusos e ainda tem gente por aí que nega isso. Sei que escolas “ensinam” em sala de aula que as “mulheres são oprimidas” já na sétima série! Ouvindo isso, fico feliz que já tenho 51 anos e que pude crescer num mundo onde as mulheres não eram “esse bicho de sete cabeças” que viraram. Pena. Agora sofrem com carinhas medrosos e chorões… e fóbicos que não aguentam compromissos. Ainda bem que a velha seleção natural do Darwin impede que a maioria delas acredite nas baboseiras que falam por aí sobre meninas oprimidas na sétima série. Homens e mulheres se amam para além do “ódio de gênero”.
Voltando ao filósofo Charlie. O duo dele e seu irmão Alan é ceticismo puro para com as modas do comportamento “correto”. Um estudo do comportamento masculino que deixa muita ciência “das masculinidades” (que nome horroroso!) no chinelo. As “militâncias” transformaram muitas mulheres em zumbis emancipados e agora se preparam para fazer o mesmo com os coitados dos caras.
Alan é o típico homem inseguro, mentiroso, “loser”, que se esconde no blá-blá-blá atual da “sensibilidade masculina”. Mas sua muito para pegar alguém. Falido, “massagista” que queria ser médico, expulso de casa pela sua ex-mulher, Alan vai morar com seu irmão Charlie e leva seu filho, Jake (uma prova de que corremos risco de extinção por estupidez). Charlie é seu oposto: bem-sucedido financeiramente, ganha muita grana fazendo jingle publicitário (o suficiente para deixar as “freiras feias” da esquerda nervosas) e pega todas.
Claro que estamos no mundo dos tipos superficiais de comédias. A vida dos homens não é nem Alan nem Charlie. A sociedade do sucesso (material, sexual, afetivo) de hoje é um fracasso: tortura meninas para serem magras e meninos para darem dez sem tirar. A verdade é que a série brinca com os sucessos vazios dos dois irmãos e expõe a dura realidade: o sucesso na vida afetiva não existe.
Uma pérola para você: num dado momento, Alan reclama que seu irmão Charlie está ensinando bobagens para seu filho. Os dois conversavam sobre mulheres. Alan diz “uma relação é construída com sinceridade e respeito pelo outro” (mentira, ele é um dissimulado, como todo mundo que diz “respeitar o outro”), ao que seu irmão Charlie responde: “Nada disso, uma relação se constrói com diamante e Viagra”. Voilà.
Moral da história: para além do blá-blá-blá da “sensibilidade masculina” e da idealização dos afetos (comum em épocas como a nossa, dominada pela sensibilidade infantil da classe média), a maioria das mulheres quer mesmo é homens com “poder” e seguros, que saibam dizer “não” para elas e “sustentar” um mundo onde elas se sintam amadas.

A questão é: tem algum cara que queira pagar a conta? Amor é luxo.

Espero que você ganhe um diamante nesta semana.