segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Minha breve carreira jornalística

Neste fim de semana presenciei um fato inédito:
Logo pela manhã uma casa de madeira em chamas. Os bombeiros chegam em minutos. O fogo cresce, a água esguicha e logo há fumaça, muita fumaça no ambiente. As pessoas se aglomeram para ver o que está acontecendo. Mães com seus bebês no colo, crianças pela rua, curiosos em geral. Bombeiros controlam o fogo. Polícia. Acabou.
Eu assistindo a tudo pela sacada da minha casa.
Eis a sequência:










O fato estranho não é o ocorrido em si, mas sim que logo após tiradas as fotos lá fui eu entrar em contato com os jornais da cidade para ver se havia qualquer tipo de interesse pelas fotos. Um dos jornais nem retornou, já o outro se limitou a esta resposta :

"Obrigada, Flávia
Como o incêndio não deixou feridos e para um assunto factual, já está velho, fica para a próxima vez"
(sic)
Hoje para algo virar efetualmente notícia tem de existir morte e tragédia (mais?!) literalmente. Como se já não bastasse uma notícia ser apenas ruim. Ela tem de conter sangue.
Sinceramente, eu jamais serviria para ser jornalista. Não desse jeito, não nesse mundo.
Talvez eu seja muito pouco factual para isso tudo.
E assim teve término minha investida jornalística, que já nascera morta.
Melhor ser historiadora mesmo.

4 comentários:

João Paulo disse...

É... ser jornalista hoje em dia está muito chato.
Além de noticiar e viver de acordo com o "editor" não terei paciência para ficar imaginando o que seria notícia ou não. Quero escrever o que eu quiser...
Mas para ser jornalista, tem que ser absoluto sem ser relativo, e hoje tudo parece tão relativo, não acha?
Quem tem o poder de dizer o que é verdade ou decidir o que é manchete ou não?

flávia disse...

exatamente.
valeu a visita.

Anônimo disse...

Mas, pera aí, a senhora não desejava/tentou ganhar uns trocados pelas fotos??????????

flávia disse...

nem. só mencionei se "teriam interesse nas fotos". nem assim.
affff.