domingo, 10 de setembro de 2006

Quando vou ao cinema

Quando vou ao cinema pode acontecer de tudo, é um mistério. Mas na maioria das vezes vou porquê tenho uma necessidade absurda de ir, necessidade mesmo, além do desejo. E na maioria das vezes saio da sala muito bem e uma das razões é por não ver qualquer porcaria que passa por lá. Mas enfim, dizem que uma das funções do cinema (se é que precisa existir alguma função) é a de abstração do mundo real. Por conta disso muita gente não gosta quando o filme trata da "realidade" ou coisas que assemelhem ao cotidiano das e preferem se derreter com uma comédia romântica ou coisa parecida. Não desmereço esse tom, já que o cinema tem esse dom de nos levar ao mundo onírico e (mais que) perfeito.
Ainda assim não é somente por isso que amo o cinema. Amo porquê amo. Ponto. Independente se me leva longe da realidade ou se me aprofunda na mesma. Cinema é lúdico por natureza. Ou não (se lembrarmos que a primeira projeção da história foi a de um trem a toda velocidade) . Mas pouco importa. O que importa realmente é se o que está sendo visto vai fazer diferença pra você. Nada pior que um filme "mais ou menos", que seja ao menos "horrível". Sair do cinema da mesma forma como se entrou é para mim, no mínimo, tedioso, perda de dinheiro e de tempo.
Por isso, quando assisto a um bom filme quase sempre saio em silêncio do cinema. Por vezes extasiada, por vezes pensativa, outras vezes indignada, mas quase sempre em silêncio.
Esses e alguns outros motivos que me fazem e farão sempre amar estar numa sala escura com apenas uma única luz a indicar o caminho.

music: almost blue - elvis costello & chet baker

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