sábado, 19 de janeiro de 2013

Stradivarius


Liv & Ingmar
2012
Dheeraj Akolkar

Sem dúvida o melhor documentário dos últimos tempos. Delicado, sensível e duro ao mesmo tempo.
Tratando-se de Bergman, não poderia ser diferente.
Liv Ullmann descreve o retrato mais íntimo de um Bergman pouco místico e muito real: o diretor único e talentoso, o marido ciumento e possessivo, o amigo de todos os momentos.
E daqui surgiu o relato que julgo ser o mais significativo e íntimo que alguém possa fazer sobre o outro: Liv se queixava a Bergman, já depois de findado o casamento entre os dois, que os jornalistas sempre se interessavam em saber como havia sido trabalhar com este gênio do cinema que era Bergman. Ingmar então responde que ela, Liv, não deveria ficar triste com isso, pois ela era o seu Stradivarius.
Essa não foi apenas a maior declaração de amor que já tive conhecimento, pois ser o Stradivarius de alguém ultrapassa os limites do amor. Ser os Stradivarius de alguém significa ser sua obra-prima, sua mais perfeita criação; significa superar qualquer limite do normal, do ordinário. É algo quase divino.
Essa é uma relação para poucos. Digna de um Bergman e de uma Liv.

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