segunda-feira, 9 de abril de 2007

O gosto literário de um verme (in memoriam)

Hoje remexendo em meus livros para limpá-los achei um verme - literalmente. Traça roedora de livros. Fiquei a perceber os livros que já tinha roído e percebi um grande gosto literário na pequena. Já havia consumido um pedacinho de cada página de Cem anos de Solidão, de Garcia Márquez e um pouco de Bestiário de Julio Cortázar. Logo notei uma certa obsessão por realismo fantástico. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi quando achei a capa de Se um viajante numa noite de inverno, de Ítalo Calvino, quase que totalmente solta. Só podia ser um verme mesmo. Imagine. Mas o peguei em flagra quando, possivelmente cansado de tanta ficção fantástica, perfurava levemente a capa dura de Crítica da razão pura de Immanuel Kant. Verme rastejante. Antes fosse um Marx, empoeirado num canto escuro de minha estante. Ao menos não teve tempo de chegar à divisão de artes onde se encontra meu xodó bigráfico da Taschen de Salvador Dali ou à coleção quase completa das obras de Glauber Rocha. Maldito verme from hell. Morreu antes de poder digerir o que havia ingerido do finado Kant.

5 comentários:

. disse...

Olá! Todo mundo sumido. Muita coisa no mundão. Então, um oi no blog pra fazer presença.

Pira.

flávia disse...

Sumidos mesmo. Vamso lançar um seriado, invés de Lost será "sumidos". hahahahaha. sem graça né? enfim, saudade do teu blog. deveria voltar. é o que eu acho.
bjo

Nick Farewell disse...

Boa.
Beijos.

Unknown disse...

Cem Anos de Solidão? o verme atravessou as formigas!

flávia disse...

Nick. Valeu. Bjo

Roger, pois é...até as formigas ruivas, as borboletas e aquela imensidão de água!