sábado, 14 de abril de 2007

Mostra Internacional de Cinema na Cultura

Sou fã de carteirinha da Mostra Internacional de Cinema na Cultura. Desde meus 15 anos assisto sempre que posso e é cinema de primeira linha garantido. A melhor alternativa pra quem não mora em Sampa e não pode acompanhar de perto a Mostra que acontece todos os anos. A Rede Cultura exibe todas as semanas filmes da Mostra através da análise de Leon Cakoff, o melhor crítico de cinema do Brasil na minha mísera opinião.
Essa semana foi exibido Ararat (link), filme do diretor canadense Atom Egoyan, descendente de armênios, que decediu retratar um dos piores e nunca retratados genocídios da história: em 1915 os turcos exterminaram milhares de armênios de um vilarejo chamado Van e até hoje não assumem a culpa pelo genocídio.
Além de retratar a história desse genocídio, o filme é extraordinário tambem pelo entrelaçamento das histórias, num mix de realidade e ficção, tendo como pano de fundo um filme (dentro do filme) sobre a vida do pintor armênio Young Gorky, um dos poucos a escapar do genocídio de 1915. Nesse meio também há abertura para discussões sobre o que é verdade e mito, como a história oficial retratou o caso e como isso ainda afeta a vida cotidiana de muitos. A miscigenação, a imigração, os conflitos étinicos pela busca de poder e território que o filme aborda em tudo faz relembrar uma guerra que já estava iminente aos olhos do ocidente: o medo do outro, do diferente.


Ararat. Atom Egoyan. 2001.

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