quarta-feira, 20 de julho de 2011

Good

Um Homem Bom.
Good.
Vicente Amorim
2008

Confesso que demorei tempo demais para assistir a este filme. Não consegui vê-lo no cinema e depois disso, por um motivo ou outro, acabei deixando passar. Mas o texto de Pondé desta semana acabou por me lembrar dele.
Este é um daqueles filmes que revertem a ideia pronta que tem-se sobre algo, neste caso o nazismo. Assim como "O Leitor", o filme humaniza as pessoas que fizeram parte do regime totalitário e mostra como é possível uma pessoa boa fazer parte de algo não tão bom assim. O cotidiano, o frio dia-a-dia caseiro familiar, a vida acadêmica, tudo é colocado como a mola propulsora que impulsiona a vida ordinária a algo maior: o Parido Nacional Socialista.
Por vezes o personagem principal, interpretado por Viggo Mortensen, me pareceu bobo e ingênuo demais para um acadêmico, mas a sua bondade é inquestionável: cuida da casa, cozinha, aguenta uma mulher neurótica, uma mãe doente e dois filhos. Mesmo quando abandona sua mulher por outra mas jovem e bonita (of course) ele não permite que a ex-mulher se retrate: a culpa é toda dele. O bom homem. Good.
E assim, deste tipo - e de outros - o nazismo foi se solidificando e construindo seu império holocáustico.
Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra. 

ps: palmas para o diretor brasileiro Vicente Amorim, que também participou de "Brincando nos Campos do Senhor".

2 comentários:

Fernnnanda disse...

Quando vc vier me visitar, preciso lembrar de te mostrar o LTI: Lingua Tertii Imperii do Victor Kemplerer, um estudo muito bem feito sobre como o nazismo foi ocupando a linguagem na Alemanha da dec de 30.

Vou ver se posto algum trechinho no Facebook.

Beijo Flá!

flávia disse...

eu quero, Fer!
bjo